sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Outubro Rosa: E depois da mamografia? Entenda o caminho que a mulher percorre até o diagnóstico preciso



Profa. Dra. Simone Elias, Coordenadora do ambulatório de Mastologia da Unifesp, tira dúvidas sobre os tipos de biópsias disponíveis no Brasil e como a conduta após a mamografia pode mudar a história da paciente


O mês de outubro é marcado por campanhas de conscientização que tem como objetivo alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Muito se fala sobre autoexame e mamografia, mas o que poucos sabem é o caminho que uma mulher percorre ao receber a notícia de uma anormalidade na mamografia.

De acordo com a coordenadora do ambulatório de Mastologia da Unifesp – Universidade Federal de São Paulo, a especialista Profa. Dra. Simone Elias, o assunto ainda é desconhecido pela maioria e causa pânico. “A mulher geralmente se desespera quando há alguma alteração na mamografia, mas na maioria das vezes essa alteração pode ser um cisto, nódulo ou calcificações benignas e não câncer”, explica. No entanto, o diagnóstico preciso após a mamografia é fundamental para diminuir a mortalidade relacionada a doença.

Para analisar a mamografia existe uma padronização mundial chamada de BI-RADS, que analisa as características das lesões mamárias e estima o risco de ser câncer. BI-RADS 4 ou 5 são encaminhados para a biopsia.

E depois da Mamografia? Biopsias mudam caso a caso
A biopsia é a retirada de uma parte da área suspeita revelada pela mamografia para análise. A palavra biopsia assusta, mas a especialista tranquiliza quem está passando por isso. “Quando a lesão é categoria BI-RADS 4, apenas 1 a cada 5 casos é câncer, e quanto menor a lesão maior as chances de cura e tratamentos menos agressivos. O médico deve saber conduzir bem o caso para garantir o diagnóstico adequado e a qualidade de vida da mulher”, explica.

Existem basicamente 4 tipos de biopsia no Brasil: cirúrgica, PAAF (agulha fina), core biopsia (fragmento) ou biopsia a vácuo, cada uma indicada para um tipo de lesão ou caso. A especialista explica que a biopsia cirúrgica - quase sempre feita com a paciente sob anestesia geral, é ainda a mais utilizada no país, porém “é bastante invasiva, com maior possibilidade de complicações”, afirma.

O método mais recente é a biopsia assistida a vácuo, que consegue evitar que 70% a 80% das mulheres com achados inicialmente suspeitos façam uma cirurgia desnecessária, já que retira para análise uma amostra maior do tecido lesionado e, em alguns casos, pode remover toda lesão. Esse tipo de biópsia é feita sob anestesia local, minimamente invasiva e guiada por um equipamento de imagem para direcionar a agulha até o alvo a ser estudado. A biopsia a vácuo é a mais indicada para os casos de microcalcificações agrupadas e irregulares. “Infelizmente, ainda é pouco usada no Brasil, apesar de reduzir os custos de internação, complicações e custos sociais”, explica a especialista.





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