O Brasil é considerado um dos países com os
casos mais graves relacionados aos transtornos depressivos
Desde 2014, é realizado no Brasil o Setembro
Amarelo – campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. O objetivo
de alarmar sobre o tema é gerar consciência do alcance da depressão e a
importância de se procurar ajuda. Segundo a pesquisa realizada pela Organização
Mundial da Saúde (OMS), o Brasil se apresenta como um dos países com os casos
mais graves relacionados aos transtornos depressivos e é o oitavo com o maior
número de suicídios. Para explicar os sintomas da doença que afeta 350 milhões
de pessoas no mundo, a psicóloga do São Cristóvão Saúde, Aline Melo aborda as
principais dúvidas sobre o assunto.
“A depressão é uma doença que pode ser desencadeada
pela junção de diversos fatores genéticos e ambientais. O seu início pode
ocorrer devido a situações traumáticas, como mortes, perdas, diagnóstico de
alguma doença, acidentes, entre outras, além de alterações relacionadas à
tireoide ou uso de drogas lícitas ou ilícitas”, explica a psicóloga do São
Cristóvão Saúde, Aline Melo. Segundo a profissional, o termo depressão está
muito banalizado, sendo muitas vezes confundido com momentos de tristeza comuns
na vida de cada pessoa. “A depressão consiste em um estado patológico de
tristeza contínuo, que afeta o sono, apetite e autoestima. Normalmente,
percebe-se um afastamento social e uma certa apatia em relação às situações que
costumavam ser prazerosas. Em alguns casos, incluem pensamentos suicidas”,
esclarece. Ao identificar algum desses sintomas em si ou em alguém próximo,
busque auxílio médico para uma avaliação e tratamento adequado.
Aquele
que realmente for identificado com a tristeza patológica passará por sessões de
terapia para aprofundar as causas emocionais e desenvolver recursos para lidar
com os sofrimentos. Nos quadros mais graves, pode ser necessário o uso de
medicamentos receitados por um psiquiatra. O apoio e compreensão familiar
é extremamente importante para a recuperação de um paciente com depressão. “Ás
vezes, familiares e amigos não dão o devido valor ao tratamento desta doença,
achando ser simplesmente uma falta de vontade do indivíduo em reagir. Isso só
piora o estado do paciente e potencializa a sensação de incapacidade já
característica da depressão”, afirma Aline. Por outro lado, é comum alguns
pacientes no princípio não aceitarem ajuda, pois acreditam que vão enfrentar suas
angústias sozinhos. Por isso, os mais próximos devem sempre lidar com sutileza
e sensibilidade com quem sofre de depressão. “É importante mostrar que eles não
são os únicos com este problema e que procurar auxílio devido a uma frustração,
não é um sinal de fraqueza, muito pelo contrário”, explica a psicóloga do São
Cristóvão Saúde.
“A maneira como cada pessoa reage
a uma decepção está bastante associada à personalidade e às experiências que já
enfrentou na vida. Por exemplo, se desde pequena a criança é estimulada a
buscar soluções para resolver seus problemas, ela crescerá sabendo que
frustrações podem ocorrer, mas que existem saídas. Assim, no futuro, assimilará
mais facilmente as peças que a vida nos prega”, comenta a psicóloga. “Não
existem regras que determinem quem passará por depressão, o ideal é buscar um
equilíbrio em nosso interior, vivendo de maneira agradável e procurando
se distrair em relação às responsabilidades diárias. Tente priorizar a
qualidade de vida", finaliza Aline Melo.
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