A dor
mamária, ou mastalgia, atinge cerca de 70% das mulheres ao redor do mundo.
Apesar de o incômodo ser comum, as causas não são tão conhecidas pela
população. O que mais leva as mulheres aos consultórios médicos é o medo do
câncer e não o incômodo da dor em si. “É comum a dor mamária interferir nas
atividades do dia a dia, como trabalho, atividade sexual e até no sono”, afirma
a mastologista Drª Milca Chade.
A
mastalgia afeta mulheres de todas as idades em qualquer momento da vida, mas
nem sempre ela está relacionada a alguma doença. Aliás, entre 60% e 85% dos
casos, a dor mamária não é sinal de nada grave. “A dor nas mamas pode ser um
sinalizador do câncer, embora mais de 90% dos tipos de câncer de mama não
provoquem dor”, relata. Nesses casos, a dor aparece entre 2% e 7% dos casos da
doença. Uma mulher com dor mamária localizada, mas com mamografias normais, a
chance de ser um câncer de mama é de 0,5%, já em homens, o incômodo é sintoma
de câncer de mama ou de ginecomastia.
Atividades
físicas também podem provocar dor mamária. Nesse caso, o uso de sutiã próprio
para as práticas esportivas é o mais recomendado para prevenir a mastalgia e,
em alguns casos, é um dos tratamentos para o alívio das dores.
Podendo
ser classificado em três tipos, a mastalgia tem causas diversas. “A cíclica é
relacionada ao período pré-menstrual, geralmente ocorre na segunda fase do
ciclo e tem duração de, pelo menos, sete dias ao mês, sendo que a tendência é
de surgir ou piorar nos dias que antecedem a menstruação. Nesse caso, o mais
comum é a dor melhorar por si só. Outro tipo é a acíclica, que não está
relacionada ao período pré-menstrual e pode ser constante ou intermitente. Essa
é mais comum no período da pós-menopausa e pode ter relação com quadros de
inflamação das mamas, trauma, cistos mamários ou ectasia ductual, gravidez,
início da amamentação ou mastite. O terceiro e último tipo é a extramamária,
que pode ter origem na parede torácica, mas acaba sendo relatada pela paciente
como tendo início na mama. Ela está relacionada, principalmente, à nevralgia
intercostal, contratura muscular, costocondrite, artrite, dor
muscoloesquelética da parede torácica lateral, fibromialgia e síndrome dolorosa
miofascial”, explica a especialista.
O
primeiro passo para o diagnóstico da mastalgia é afastar a possibilidade de um
câncer de mama. Em grande parte dos casos, o esclarecimento sobre a dor já é o
suficiente para o alívio do sintoma. “Esse tipo de diagnóstico é clínico, mas
em alguns casos é importante realizar exames complementares, como a mamografia
e a ultrassonografia”, declara Drª Milca.
A dor deve ser classificada conforme a sua
intensidade, ou seja, leve, moderada ou severa. Mulheres mais ansiosas percebem
mais a dor e, consequentemente, tem a vida mais impactada pelo incômodo. O
sintoma é considerado leve quando não interfere na qualidade de vida do
paciente. “A dor moderada interfere na rotina diária, mas não é motivo de
mudança nas atividades habituais, já a severa pode espalhar-se para a axila e
pelo braço, interferindo diretamente nas atividades comuns do dia a dia”,
explica a mastologista.
A mastalgia sem complicação precisa apenas
de orientação verbal. “Se o especialista detecta a necessidade de tratamento da
dor, os medicamentos mais receitados são os anti-inflamatórios não-hormonais.
Fisioterapia e acupuntura também podem ser indicadas para ajudar no alívio da
dor”, finaliza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário