quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Mastalgia afeta 70% das mulheres



A dor mamária, ou mastalgia, atinge cerca de 70% das mulheres ao redor do mundo. Apesar de o incômodo ser comum, as causas não são tão conhecidas pela população. O que mais leva as mulheres aos consultórios médicos é o medo do câncer e não o incômodo da dor em si. “É comum a dor mamária interferir nas atividades do dia a dia, como trabalho, atividade sexual e até no sono”, afirma a mastologista Drª Milca Chade.

A mastalgia afeta mulheres de todas as idades em qualquer momento da vida, mas nem sempre ela está relacionada a alguma doença. Aliás, entre 60% e 85% dos casos, a dor mamária não é sinal de nada grave. “A dor nas mamas pode ser um sinalizador do câncer, embora mais de 90% dos tipos de câncer de mama não provoquem dor”, relata. Nesses casos, a dor aparece entre 2% e 7% dos casos da doença. Uma mulher com dor mamária localizada, mas com mamografias normais, a chance de ser um câncer de mama é de 0,5%, já em homens, o incômodo é sintoma de câncer de mama ou de ginecomastia.

Atividades físicas também podem provocar dor mamária. Nesse caso, o uso de sutiã próprio para as práticas esportivas é o mais recomendado para prevenir a mastalgia e, em alguns casos, é um dos tratamentos para o alívio das dores.

Podendo ser classificado em três tipos, a mastalgia tem causas diversas. “A cíclica é relacionada ao período pré-menstrual, geralmente ocorre na segunda fase do ciclo e tem duração de, pelo menos, sete dias ao mês, sendo que a tendência é de surgir ou piorar nos dias que antecedem a menstruação. Nesse caso, o mais comum é a dor melhorar por si só. Outro tipo é a acíclica, que não está relacionada ao período pré-menstrual e pode ser constante ou intermitente. Essa é mais comum no período da pós-menopausa e pode ter relação com quadros de inflamação das mamas, trauma, cistos mamários ou ectasia ductual, gravidez, início da amamentação ou mastite. O terceiro e último tipo é a extramamária, que pode ter origem na parede torácica, mas acaba sendo relatada pela paciente como tendo início na mama. Ela está relacionada, principalmente, à nevralgia intercostal, contratura muscular, costocondrite, artrite, dor muscoloesquelética da parede torácica lateral, fibromialgia e síndrome dolorosa miofascial”, explica a especialista.

O primeiro passo para o diagnóstico da mastalgia é afastar a possibilidade de um câncer de mama. Em grande parte dos casos, o esclarecimento sobre a dor já é o suficiente para o alívio do sintoma. “Esse tipo de diagnóstico é clínico, mas em alguns casos é importante realizar exames complementares, como a mamografia e a ultrassonografia”, declara Drª Milca.

A dor deve ser classificada conforme a sua intensidade, ou seja, leve, moderada ou severa. Mulheres mais ansiosas percebem mais a dor e, consequentemente, tem a vida mais impactada pelo incômodo. O sintoma é considerado leve quando não interfere na qualidade de vida do paciente. “A dor moderada interfere na rotina diária, mas não é motivo de mudança nas atividades habituais, já a severa pode espalhar-se para a axila e pelo braço, interferindo diretamente nas atividades comuns do dia a dia”, explica a mastologista.
A mastalgia sem complicação precisa apenas de orientação verbal. “Se o especialista detecta a necessidade de tratamento da dor, os medicamentos mais receitados são os anti-inflamatórios não-hormonais. Fisioterapia e acupuntura também podem ser indicadas para ajudar no alívio da dor”, finaliza.

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