Especialista
do Hospital São Luiz explica a importância da alimentação antes e depois de
fazer exercícios físicos
Quando o assunto é praticar esportes, um dos fatores mais
importantes é a alimentação do atleta, principalmente para o desempenho do
esportista de alta performance nos treinos e nas competições. Por isso,
pensando na saúde e no rendimento, é fundamental que o aspecto nutricional dos
treinamentos seja direcionado por um profissional especializado.
“Gasolina ruim não faz o carro andar bem”, diz o Dr. Celso Cukier,
nutrólogo do Hospital São Luiz Morumbi. Ele explica que o atleta de alta
performance jamais pode realizar um exercício em jejum, pois ele acabaria
utilizando a própria musculatura para gerar energia e quebraria proteínas.
Porém, não há uma recomendação única sobre a alimentação, já que
dependendo do tipo de exercício a musculatura necessita de diferentes
substâncias. Por isso, é importante o constante acompanhamento
médico e nutricional, pois o profissional poderá avaliar inclusive se
será necessária a suplementação alimentar.
Quanto mais perto a refeição estiver do horário da atividade
física, mais simples ela deve ser em termos de carboidratos, substâncias que
são fonte de energia imediata. No pré-exercício, o ideal é que o atleta
faça uma refeição composta entre 65 a 70% deste nutriente e 15% de proteína.
Mas o momento mais importante vem depois, no pós-exercício, porque o esportista
precisa recuperar rapidamente a musculatura para conseguir fazer um novo
treinamento. Nesse sentido, a alimentação mal feita interfere
negativamente.
O nutrólogo recomenda que, após as atividades, seja ingerido
um grama de carboidrato para cada quilograma de massa que o indivíduo possui, e
um grama de proteína para cada quatro gramas de carboidrato. “Diferente do
que as pessoas costumam pensar, o carboidrato com uma pequena porção de
proteína acaba sendo mais importante do que a proteína pura. E quanto mais
rápido a ingestão ocorre depois do exercício, maior a capacidade de recuperação
da musculatura”, ressalta.
Em algumas modalidades também é indicado se alimentar ou repor
nutrientes durante a prática esportiva, especialmente quando há intensidade
moderada com tempo prolongado de exercício (acima de uma hora). “A hidratação
só com água por muito tempo é um risco para o atleta, pois a reposição precisa ser
feita com pequenas quantidades de sódio”. A proporção, de acordo com o
nutrólogo, é de 200 ml de líquidos a cada 15 minutos de esforço. O suco
natural, dependendo da concentração, também pode ser um bom aliado, pois existe
uma boa quantidade de carboidrato nele.
“Um atleta que corre a maratona tem que suplementar, senão ele
utiliza a própria musculatura para gerar energia. Nas lutas, é importante se
alimentar entre as competições. Muito dificilmente a gente vai conseguir
generalizar o atleta de alta performance”, explica o Dr. Celso.
Em relação à quantidade de proteínas que devem ser ingeridas
durante um dia de treino, o especialista recomenda 1,2 a 1,4 gramas de proteína
para cada quilo de massa do atleta, para provas de menor intensidade e maior
duração, e até 1,7 gramas por quilo nas provas de força, luta, velocidade e
levantamento de peso.
Outra dica é sempre tomar cuidado com alimentos gordurosos e
evitar alimentos embutidos, que carecem de valor nutricional. O mesmo vale para
os industrializados, que tem baixa qualidade de nutrientes.
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