Um olhar atento sobre os conflitos que assolam
a humanidade neste início do século 21 nos mostra o quanto o mundo está carente
de Justiça e de valores religiosos e espirituais capazes de trazer a paz aos
corações e entre as nações. Ao contrário das duas grandes guerras mundiais do
século passado, marcadas por ambições expansionistas, como tantas outras lutas
ao longo da história, muitos dos conflitos de hoje são étnico-religiosos,
resultado da intolerância e de uma educação pautada pelo afastamento de Deus.
Esse olhar sobre os acontecimentos de nossos
dias, com a inquietante pergunta de como resolver os conflitos neste mundo e
alcançar a paz, é o tema central do livro “As Leis da Justiça”, do mestre
japonês Ryuho Okawa, que acaba de ser lançado pela IRH Press do Brasil. A obra
reúne palestras por ele proferidas no Japão de 2013 a 2015. O autor assinala no
prefácio do livro que “leis da justiça” é um eterno tema da filosofia. “Do
ponto de vista político, aborda a razão pela qual as pessoas sempre têm de
passar por revoluções em sua busca da democracia. Para a religião, buscar as
Leis da Justiça significa perseguir continuamente a verdadeira Vontade de
Deus”.
Não sem razão, o livro começa com o capítulo
“Deus não está em silêncio”, provando que Deus não está morto, e termina com o
capítulo “Estabelecer a justiça de Deus”, enfatizando como os sistemas de
valores do mundo estão abalados. É à luz desses princípios que Okawa analisa os
atuais conflitos mundiais – o problema do terrorismo, as ações do Estado
Islâmico, a guerra civil na Síria, a crise dos refugiados, as lutas no Oriente
Médio, a anexação da Crimeia pela Rússia, a expansão militar da China, o
desenvolvimento nuclear da Coreia do Norte, entre tantos outros, quase todos
inseridos em uma ordem mundial marcada por certa perda de liderança dos Estados
Unidos.
Diante das teses recorrentes que colocam a
religião como a causa de muitos desses conflitos, Okawa e o movimento religioso
por ele criado, a Happy Science, acreditam que “uma religião verdadeira tem o
poder de trazer paz ao mundo, protegendo os direitos humanos e tornando-se a
base de um governo democrático”, com a capacidade de “realizar a felicidade de
todas as pessoas”.
O autor reserva um capítulo inteiro ao
“princípio da justiça”, apresentando as maneiras de pensar “a justiça no nível
pessoal” e “a justiça entre as nações”, e procurando respostas à pergunta central:
“Qual é a forma ideal de justiça no mundo atual?” Para ele, “a justiça é
alcançada quando cada indivíduo tem condições de batalhar para conseguir sua
própria realização”, seja como filho de Deus ou filho de Buda.
Na análise dos conflitos, Okawa se mostra
profundamente convicto da importância da fé em Deus na busca da felicidade
individual e da paz e justiça entre as nações. “Em muitos países, ‘a fórmula da
felicidade’ é romper com a religião, ter acesso à educação, adquirir
competências, abraçar uma profissão e ser bem-sucedido na sociedade. Essa é a
vida de ‘fé’ para essas pessoas. Mas em países já desenvolvidos, a realidade é
que Deus está sendo eliminado e a religião está sendo excluída da educação, sob
o pretexto de tornar a educação ‘acadêmica’”. Essa questão é muito bem colocada
no filme “God’s Not Dead” (EUA, 2014), veiculado no Brasil com o nome “Deus não
está morto”. Para o autor, a pesquisa materialista não deve ser rejeitada, mas
também não podem ser rejeitadas as questões espirituais.
Devemos sempre lutar por justiça. Vale lembrar
que o Brasil viveu, há menos de dois meses, um dos períodos mais conturbados de
sua história, mas que revelou o quanto é importante confiar no poder da Justiça
para determinar caminhos e apontar soluções em momentos de grandes tensões
políticas, econômicas e sociais. Contudo, mais do que confiar na justiça dos
homens, devemos “buscar a felicidade de todas as pessoas por meio do
estabelecimento da justiça de Deus” entre nós e entre as nações.
“Os humanos têm de ser humildes. O futuro só se
abre à nossa frente quando somos humildes. Deus não está morto... Deus ama
todas as pessoas do mundo”.
Kie Kume
- gerente geral da IRH Press do Brasil, editora dedicada à publicação em
português dos livros do mestre Ryuho Okawa. www.irhpress.com.br
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