A cada 7 minutos, implante de lente livra 1 pessoa no
mundo de usar óculos.
Hoje o
implante de uma lente fácica que mantém o cristalino do olho é a mais avançada tecnologia para corrigir alta
miopia, hipermetropia e astigmatismo. São alterações que provocam grande
dificuldade de enxergar, problema que atinge 3,5% da população ou 7 milhões de brasileiros, conforme o último
censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e estatística).
De acordo com
o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier, um dos
precursores dessa técnica cirúrgica no Brasil, a boa notícia é que o implante
mais utilizado internacionalmente corrige até 20 graus de miopia, 10 de
hipermetropia e 6 de astigmatismo. A
cirurgia, comenta, também é indicada na correção de ceratocone, dificuldade
leve e moderada de enxergar, para quem tem olho seco ou córnea fina.
A estimativa da empresa que lidera este
segmento é de que a cada 7 minutos o implante livra 1 pessoa dos óculos no
mundo. Este foi o caso de um paciente de Queiroz Neto, o massoterapeuta, Samuel
Jorge Viana Francisco, 36. "Comecei usar óculos aos 7 anos. Quando operei
estava com 8 graus de miopia, mais 2,5 de astigmatismo, e tinha
dificuldade para tudo. Fiquei
completamente livre dos óculos. Depois
da cirurgia percebi que durante minha vida toda tive correção visual parcial.
Hoje enxergo muito melhor", comenta. O médico explica que a nitidez da
visão está relacionada ao material biocompatível e à estabilidade do implante
que funciona em conjunto com as estruturas oculares. O paciente observa
que tinha de trocar as lentes dos óculos
todo ano por causa da alta temperatura do ambiente de trabalho. Ele calcula que em quatro anos gastava R$ 8
mil nessas trocas. "Isso acabou porque o implante fica dentro do olho.
Além de enxergar bem melhor, estou fazendo uma boa economia", comemora.
Cirurgia
Queiroz Neto
afirma que a cirurgia é um procedimento
ambulatorial realizado com anestesia tópica. Consiste em fazer uma pequena
incisão na borda externa da córnea e inserir uma lente dobrável na câmara
posterior, entre a íris (parte colorida do olho) e o cristalino. O procedimento
não retira tecido da córnea como acontece na cirurgia refrativa a laser. Por
isso, pode ser feito em córneas finas. É indicado para:
·
Pessoas com idade entre 21 e
45 anos.
·
Estabilidade de grau há um
ano.
·
Profundidade mínima da câmara anterior, espaço entre a córnea e a
íris, de 2,8 mm para evitar a morte das células da camada interna córnea, o
endotélio.
·
Boa densidade celular do
endotélio.
Contraindicações e riscos
O oftalmologista explica que
a lente fácica é contraindicado para gestantes porque durante a gravidez os
hormônios fazem com que a refração se torne instável. A cirurgia também pode
aumentar o risco de contrair glaucoma. Isso porque, diminui o espaço da câmara posterior do olho
e pode dificultar o escoamento do humor aquoso. Outro risco é o agravamento de
inflamação na íris ou retinopatia diabética preexistente. Por isso, o
procedimento é contraindicado para portadores dessa doenças e para quem tem
glaucoma.
Para evitar complicações é indicado consultar um
oftalmologista a cada seis meses no primeiro ano após cirurgia e a cada ano posteriormente.
"As consultas periódicas são essenciais porque a lente pode ser retirada
caso seja diagnosticada qualquer alteração que coloque a visão em risco",
afirma. Para o médico, o fato de ser reversível torna esta alternativa de
tratamento bastante segura
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