Até o final de
2016 o Brasil receberá, da OMS, o certificado de eliminação do sarampo - e
com isso ficará reconhecido o fim da transmissão da doença em todo o
continente americano
O sarampo está eliminado no Brasil. O
anúncio foi feito durante visita ao Brasil da presidente da Comissão Nacional
de Especialistas para a Eliminação do Sarampo, Rubéola e Síndrome da Rubéola
Congênita (SRC), Merceline Dahl-Regis: o último caso relatado no país foi no
Ceará, em julho de 2015. A expectativa agora é que, até o final de 2016, o
Brasil receba o certificado de eliminação do sarampo pela Organização Mundial
de Saúde (OMS) – e com isso ficará reconhecida a eliminação da transmissão da
doença em todo o continente americano, que será a primeira região do mundo
onde isso acontece. O mesmo ocorreu, em 2015, com a rubéola e a síndrome da
rubéola congênita.
Dahl-Regis elogiou o trabalho integrado e exitoso do Ministério
da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Ceará, parabenizando todo
o processo de vigilância epidemiológica realizado durante a situação. “O
Ministério da Saúde, junto com a Secretaria Estadual e municipais de Saúde no
Ceará, buscaram sempre agir de forma oportuna para enfrentar e garantir a
interrupção da cadeia de transmissão do sarampo. Isso demonstra a eficiência
do trabalho integrado feito pelo monitoramento e a vigilância dentro do
Sistema Único de Saúde do Brasil”, explicou o secretário Executivo, Antonio
Nardi, durante evento na Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em
Brasília, onde foram discutidos também os progressos realizados no sentido de
garantir a sustentabilidade da interrupção da transmissão do vírus no
sarampo.
Histórico – No Brasil, o Sarampo é
uma doença de notificação compulsória desde 1968. Desde 1999, a vigilância do
sarampo é integrada à vigilância da rubéola, tornando oportuna a detecção de
casos e surtos e a efetivação das medidas de controle adequadas.
Desde a implantação do Plano de Eliminação do Sarampo, em 2000,
a doença apresentou baixa morbimortalidade. No ano 2000 foram confirmados os
últimos surtos autóctones nos estados do AC e MS. A partir de 2001 ocorreram
casos importados, mas sem grande magnitude e controlados pelas ações de
prevenção e controle.
Também foi realizada Campanha de Seguimento contra o Sarampo em
todos os municípios brasileiros no período de 08 a 28 de Novembro de 2014.
Com as medidas adotadas foi constatada a interrupção da circulação do vírus
do sarampo no Brasil. A partir desse cenário, particularmente nos estados de
PE e CE – onde ocorreram surtos em 2013, 2014 e 2015 – foi elaborado, em 2014
o Plano de Contingência Para Resposta às Emergências em Saúde Pública para o
Sarampo. Em 2015, considerando o cenário da disseminação do Zika vírus país,
foi elaborado o Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de
Microcefalia – Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional.
Atualizado de acordo com as necessidades e o cenário epidemiológico.
Apesar dos grandes avanços obtidos no mundo, os surtos continuam
ocorrendo mesmo em países que apresentam alta cobertura vacinal, o que requer
que sejam mantidas as estratégias estabelecidas no Plano de Sustentabilidade
da Eliminação do Sarampo, Rubéola e SRC e manutenção da Comissão Nacional
de Especialistas do Sarampo.
Mesmo após a interrupção dessa transmissão, é importante a
manutenção do sistema de vigilância epidemiológica da doença, com o objetivo
de detectar oportunamente todo caso de sarampo importado, bem como adotar
todas as medidas de controle ao caso.
O Programa Nacional de Imunizações estabelece a meta de 95% da
cobertura vacinal de forma homogênea em todas as localidades no município.
Para avaliar e monitorar essa cobertura local, o Monitoramento Rápido de
Cobertura (MRC) deve ser realizado de forma sistemática, com articulação
entre as equipes de vigilância epidemiológica, laboratorial e imunizações,
Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e da Estratégia de Saúde da
Família (ESF).
Os últimos casos autóctones de sarampo ocorreram no ano 2000 e,
desde então, todos os casos confirmados no País eram importados ou
relacionados à importação.
Agência Saúde
|
▼
Nenhum comentário:
Postar um comentário