sábado, 28 de maio de 2016

Dia Internacional da Ação pela Saúde da Mulher: mulheres vivem mais, com menos qualidade de vida



 
Doenças que impedem a realização de atividades habituais afetam mais mulheres que homens no Brasil

Dia 28 de maio é o Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher e a data busca alertar para uma série de questões relacionadas às condições de saúde das mulheres. Além de figurar em primeiro lugar em uma lista de doenças que atingem mais elas do que eles, como a depressão, osteoporose e Alzheimer, pesquisas recentes feitas nos EUA mostram que de uma forma geral mulheres vivem mais que os homens, porém com mais doenças e desabilidades que eles. Após os 65 anos, a mulher pode viver até 20,5% a mais contra 19% dos homens. Porém, 30% deste tempo será com alguma doença que nos impedirá de realizar pelo menos uma função básica cotidiana, como ir à feira, sair da cama ou apenas comer sozinhas. No Brasil esse dado, segundo a última Pesquisa Nacional de Saúde, feita em 2013 pelo IBGE, mostra que proporção de pessoas que deixaram de realizar atividades habituais por motivo de saúde foi maior entre as mulheres (8,0%) que entre os homens (5,9%).

Especialistas mencionam estilo de vida e também estrutura biológica como causas para que isso ocorra, “antes podíamos apenas ser mães e donas de casa. Hoje fazemos jornada tripla: somos mães, administramos a casa e ainda temos a jornada de trabalho fora de casa. Trabalhamos de manhã, de tarde e de noite. Ganhamos ainda menos que os homens, o que nos faz investir menos em nossa própria saúde”, comenta Dra. Maria Letícia Fagundes, média ginecologista e legista há 30 anos.

Segundo a doutora nesta correria do dia a dia muitas mulheres esquecem de fazer seus exames de rotina que, diferente dos homens, são em maior número e com maior frequência. “Além dos exames rotineiros como o hemograma, exame de urina, colesterol, glicemia, tireoide etc, há diversos relacionados às funções hormonais e ligados ao sistema genital da mulher. Como médica ginecologista observo em meu consultório muitas mulheres que não fazem o preventivo ou a mamografia anualmente como deve ser. Um descuido desse tipo pode ter grandes consequências no caso de aparecer um câncer neste meio tempo, por exemplo, ou na contracepção de alguma DST como o HPV ou HIV”, explica Dra. Maria Letícia Fagundes.

Manter a saúde em dia representa longevidade com qualidade de vida, que é o que segundo as pesquisas está faltando às mulheres de hoje. A especialista em saúde da mulher ainda reforça um grande aliado para o sucesso na saúde, o exercício físico. “Observamos que cada vez mais temos pessoas com mais de 100 anos vivendo entre a gente. É estatístico que as pessoas estão vivendo mais, mas ter longevidade só vale a pena se com qualidade de vida, saúde física e mental. É necessário para isso manter os exames e visitas ao médico de forma regular, cuidar da alimentação e fazer exercícios físicos regularmente”.


Exames que toda mulher deve fazer periodicamente

×           Papanicolau – é o exame ginecológico preventivo para detectar células cancerígenas na região do colo do útero.

×           Ultrassom das mamas/Mamografia - para detectar alguma anormalidade nas mamas, a mamografia é um exame mais aprofundado e complementar ao ultrassom.

×          Ultrassom da tireoide e análise hormonal – ultrassom detecta nódulos nesta região a análise mede níveis hormonais de T4, T3 e TSH.

×          Ultrassom do abdômen - é possível verificar órgãos como fígado, bexiga, vesícula, baço entre outros e detectar possíveis anomalias.

×          Glicemia - mede a taxa de açúcar no sangue e serve para prevenção da diabetes.

×          Colesterol - mede o nível de gordura no sangue e previne futuros entupimentos arteriais.

×          Urina – mostra possíveis infecções e disfunções do rim.

×          Parasitológico - mostra possíveis infestações de vermes e outros parasitas e disfunções do intestino.



Dra. Maria Letícia Fagundes - Maria Letícia Fagundes é Médica formada pela Faculdade Evangélica de Medicina do Paraná e pós-graduada pela USP, e atua há 30 anos como ginecologista e médica legista  do IML. Em 2012 fundou a ONG MaisMarias para dar sua contribuição na conscientização da violência contra a mulher e defender os direitos de gênero. Através de palestras gratuitas, ela leva mais informação para a população sobre a Lei Maria da Penha e na sede presta atendimento e encaminhamento a profissionais parceiros da ONG.
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