sexta-feira, 20 de maio de 2016

80% dos empresários apontam que o Brasil deveria negociar internacionalmente independente do Mercosul; aponta enquete Amcham





Na visão do empresariado, o governo brasileiro deveria negociar internacionalmente de forma independente do Mercosul, em detrimento a decisão 32/00 que obriga os países membros do bloco a negociar conjuntamente. A conclusão é de sondagem realizada pela Amcham, no último dia 9/5, com 90 empresários, em São Paulo. Para 80% dos presidentes e diretores consultados, o Brasil deve buscar mais tratados internacionais de forma unilateral, mesmo à revelia do Mercosul.
Da parte da iniciativa privada, a expectativa é alta para esta maior adesão brasileira a outros países e mercados. Prova disso é que 79% dos consultados afirmaram hoje já está buscando investir fortemente para aprimorar sua gestão e torna-se mais produtivo e competitivo globalmente diante da possibilidade de novos acordos. Só 17% deles informou investir de forma modesta para a concorrência mais globalizada. 

Prioridade deve ser acordo Brasil-EUA

Outra conclusão do estudo é que a assinatura de um acordo comercial Brasil-EUA seria relevante para os negócios das empresas brasileiras. Para 60% dos presidentes e diretores consultados, a parceria com os norte-americanos é vista como mais vantajosa e relevante, enquanto 34% avaliou o bloco europeu como prioritário.

Em relação à agenda positiva dos acordos, os empresários apontaram três grandes prioridades: convergência regulatória de medidas técnicas, sanitárias e fitossanitárias (30%); cooperação de investimentos (28%); e facilitação de procedimentos burocráticos no processo de comércio exterior (26%). 

Outro ponto de desejo do empresariado diz a respeito à realização de um programa planejado de integração com as cadeias europeia e americana, importando mercadorias intermediárias a serem reexportadas para esses mercados. Para 55%, a medida teria efeito positivo no curto e longo prazo. Uma minoria de 20% prevê perdas no primeiro ano, porém com ganhos nos anos seguintes. 

Impactos de outros acordos
Apesar do baixo número de tratados preferenciais já estabelecidos, 57% dos empresários ouvidos informaram já se beneficiar dos acordos comerciais que o Brasil faz parte, mostrando a sua importância na inserção do País na corrente de comércio do mundo.
Os empresários (71%) enxergam também com otimismo os Acordos de Cooperação e Facilitação de investimentos (ACFIs) usados recentemente para acessar mercados, especialmente África e Ásia. Uma fatia de 19% informou já ter se beneficiado. 

Outra avaliação positiva do empresariado diz a respeito à importância dos recentes acordos assinados envolvendo México, Chile, Peru e Colômbia. A maioria aponta como muito importante ou importante (74%) para estimular negócios bilaterais e proporcionar mais segurança ao investimento privado.
Hoje, 75% dessas organizações afirmou ter investimentos/negócios nesses países.
A PESQUISA e o +COMPETITIVIDADE BR
A Amcham ouviu 90 empresários de grande e médio porte de todos, sendo 85% deles de empresas brasileiras. Os empresários foram ouvidos em pesquisa em tempo real em evento da Amcham sobre Acordos Comerciais na sede da entidade, em São Paulo, no último dia 9/5.
A pesquisa integra a agenda do Mais Competitividade Brasil, programa lançado pela Amcham envolvendo cinco mil empresas, em 14 cidades, com o objetivo de construir uma agenda privada em prol da maior competitividade e produtividade brasileira.  

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