terça-feira, 29 de março de 2016

Síndrome do Choque Tóxico: a doença causada pelo uso indevido do absorvente interno





Especialista faz alerta sobre os perigos da doença que pode levar a morte

Recentemente, especialistas têm falado muito sobre uma doença rara e normalmente desconhecida pela maioria das mulheres, a Síndrome do Choque Tóxico (SCT). A patologia é causada por toxinas produzidas pela bactéria Staphylococcus Aureus, comumente gerada pelo organismo das mulheres e presente na flora vaginal, mas que em alguns casos pode levar a morte.  

A condição está relacionada ao uso impróprio do absorvente interno que, se utilizado por longos períodos sem troca, favorece a proliferação intensa dessa bactéria e, consequentemente, são produzidas toxinas em excesso que causam a SCT.

De acordo com o ginecologista do Hospital Vila Nova Cachoeirinha, Maurício Sobral, o ideal é sempre calcular um período entre três e quatro horas, dependendo do fluxo menstrual de cada mulher, para trocar o absorvente, seja este interno ou externo. “Uma boa dica para diminuir as chances de incidência da SCT é substituir o absorvente de material sintético pelo de fibra de algodão”, destaca Sobral. Além disso, é recomendável prestar atenção a outras possíveis causas da doença, como a exposição à bactérias, especialmente em ambiente hospitalar e após cirurgias.

Alguns sinais como febre alta, dor de cabeça, confusão e tontura, vômitos e a erupção cutânea, semelhante a uma queimadura de sol, podem indicar o começo da síndrome, que depois evolui para manifestações mais graves. “Geralmente, a paciente entra em estado de choque depois de 48 horas, quando os sintomas, que podem levar a anemia, lesões nos rins e fígados, se agravam”, explica o especialista.

Muitas vezes os sintomas da SCT são semelhantes aos de outras doenças, por isso, existe grande dificuldade no diagnóstico. Porém, na suspeita da síndrome a pessoa deve se hospitalizar imediatamente, já que se a ação não for rápida, há risco de óbito. “O tratamento é feito em unidade de terapia intensiva (UTI) e conta com o uso de antibióticos por, pelo menos, 10 dias e também uma drenagem no foco da infecção”, finaliza Sobral.



Doutor Maurício Luiz Peixoto Sobral, CREMESP 90722 - especialista em Mastologia, Ginecologia e Obstetrícia. Possui título de Especialista em Ginecologia eObstetrícia (TEGO) e Título de Especialista em Mastologia (TEMA). É preceptor de ginecologia e obstetrícia do Hospital Vila Nova Cachoeirinha, em São Paulo. Realizou mais de 10.000 partos e cirurgias ginecológicas ao longo dos 17 anos de formado. Tem larga experiência em Obstetrícia no atendimento público e privado em grandes Hospitais. Além de Sócio-diretor da Aclimed - Clínica Médica Aclimação Ltda. www.facebook.com/dr.mauriciosobral

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