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No Dia da Conscientização sobre Autismo,
comemorado em 02/04, as pessoas devem buscar informação sobre
a doença e dar fim aos estereótipos e preconceitos. O que a sociedade precisa
é de esclarecimento e sensibilidade.
O principal desafio
da doença é a falta de informação das pessoas. O autista precisa de
apoio e interesse para desenvolver habilidades e ter uma vida normal. Segundo
a diretora da Escola Cristã Reverendo Olavo Nunes, psicopedagoga e
também mãe de um menino autista de 7 anos, Raquel Liane, o
preconceito da sociedade e a falta de interesse na doença, prejudica
diretamente o convívio social entre autista e não autista, já que no próprio
contato com a sociedade eles não têm a aceitação necessária para que possam
se sentir seguros em ambientes de convívio social. "Devemos
olhar para eles como olhamos para uma pessoa comum. Com interesse, paciência
e tolerância, alguns conhecimentos específicos, atendimentos profissionais
adequados e apoio da família, qualquer autista se desenvolve e tem uma vida
normal", fala Liane.
Muitos autistas têm
dificuldades de aprendizagem ou habilidade acadêmica fora do comum, mas boa
parte também possui aprendizagem igual a de qualquer outra pessoa. Apenas
uma minoria apresenta grave comprometimento intelectual. Por isso,
os estereótipos precisam ser evitados ao tratarmos dessa doença. "Não
é possível querermos condicionar todos os autistas a características tão
específicas e rígidas. A pessoa com autismo é um ser humano com
características muito mais abrangentes do que apenas as que se referem à
doença", fala Liane.
Estudos mostram que de cada
100 pessoas, 1 está dentro do espectro autista, que é muito amplo, reunindo
desde pessoas com traços autistas até pessoas com autismo severo. Para Raquel
Liane, o maior problema quando se fala na doença, é o desconhecimento. "Geralmente
a sociedade pensa automaticamente no autismo clássico, em que o autista vive
sem convivência social e tem muitos comportamentos estereotipados. Mas nem
sempre funciona assim", fala Liane.
O autismo ainda é uma
doença com várias lacunas a serem preenchidas pelos médicos, repleta de
perguntas e ainda carente de respostas. Existem, porém, traços que
auxiliam na identificação das pessoas portadoras dessa doença, tais como:
dificuldade de olhar nos olhos, brincadeiras repetitivas, dificuldades na
aquisição da linguagem, nas interações sociais, na compreensão das regras,
interesse por assuntos específicos e interesse por objetos que giram.
Diante da falta de
conhecimento da sociedade acerca da doença e seus múltiplos
preconceitos relacionados a este tema, as crianças autistas e seus pais são
os mais afetados pelos estereótipos criados. O importante, ao
tratar-se da criança com autismo, é envolvê-la em um ambiente seguro e
estável, com pessoas dispostas a dar o estímulo necessário para que ela
desenvolva suas habilidades da melhor maneira possível.
A intervenção
precoce também é algo importante, pois quanto antes a
criança for diagnosticada autista e tiver atendimento, melhor será para seu
desenvolvimento futuro. "Os pais devem estar atentos ao
comportamento da criança, se ela é muito quieta e dificilmente chora, se
evita o olho no olho, se tem interesse exagerado por objetos que giram, se
chora muito mostrando-se irratadiça, se não consegue compreender as regras
sociais e especialmente o "não", ela pode ser autista e deve ter à
sua disposição o tratamento indicado.", fala Liane.
São vários os profissionais
que podem auxiliar a o autista a desenvolver suas habilidade e facilitar sua
comunicação com os outros. Trabalhando em conjunto com a família e amigos do
paciente autista estão o fonoaudiólogo – na aquisição e ampliação da
linguagem; o psicomotricista – para aqueles que apresentam alguma dificuldade
motora; o psicólogo – ajudando a criança a se relacionar com os outros,
compreender o mundo a sua volta e apoiando os pais na dificuldade; o
neuropediatra ou o psiquiatra infantil – acompanhando e medicando quando é
necessário; o psicopedagogo – auxiliando nas dificuldades de aprendizagem.
Até o momento, o
autismo é um distúrbio crônico, sem cura. O diagnóstico precoce possibilita
que o tratamento realizado por uma equipe multidisciplinar seja iniciado o
quanto antes, resultando em melhor qualidade de vida para a pessoa portadora
de autismo.
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