No Dia Nacional do Linfoma, datado em 15 de
setembro, a ABHH orienta quanto aos sinais da doença que se detectada no início
tem altas chances de cura
Como forma de alerta, 15 de setembro é estipulado o Dia
Internacional de Conscientização do Linfoma. A data tem como objetivo
divulgar a doença, que ainda é desconhecida da população. O diagnóstico precoce
é absolutamente relevante no prognóstico do paciente. Os linfomas constituem um
grupo de doenças, com cerca de 40 tipos com comportamentos clínicos diferentes,
mas a expressiva maioria é classificada como um câncer do sistema imunológico.
Na maioria dos casos se apresenta com aumento dos gânglios linfáticos ou
linfo-nódulos chamados de ínguas, que são estruturas distribuídas no nosso
organismo que funcionam como filtros tanto em processos infecciosos como em
outros mecanismos de defesa do próprio corpo humano.
Para Carlos Chiattone, médico hematologista e diretor da
Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), o
linfoma não está certamente entre os cânceres mais frequentes como câncer de
próstata de homens, câncer de mama de mulheres, mas ocupa em torno da sexta
posição em frequência dos cânceres e teve uma característica de aumento
significativo nas últimas décadas, o dobro de incidência.
“No sistema público de saúde há um retardo muito grande
entre o início dos sintomas e o começo do tratamento, implicando em uma
diferença significativa do perfil da doença nos estabelecimentos públicos em
relação aos privados, ou seja, os pacientes nos estabelecimentos públicos ao se
fazer o diagnóstico, a doença já está muito mais avançada do que no perfil do
paciente dos estabelecimentos privados, e isto determina um pior prognóstico
para esse paciente”, explica o médico.
Entre os principais sintomas do linfoma estão o aumento da
estrutura de gânglios que muitas vezes pode ser palpável e/ou visível, surgindo
geralmente na parte lateral do pescoço, nas ínguas, nas axilas e nas regiões
inguinais. Portanto, o aparecimento de um nódulo com duração de uma, duas
semanas sem que se tenha evidências de uma outra doença é de se supor, entro
dos diagnósticos diferenciais, que isso possa ser um linfoma e o paciente deve
procurar o atendimento especializado, no caso o hematologista.
Para Chiattone, é importante ressaltar que muitas doenças
podem levar ao aumento dos gânglios linfáticos, não somente os linfomas, mais
especificamente, em processos infecciosos. Um exemplo: o indivíduo tem um
problema na mucosa oral, problema de uma infecção dentária, e passa a ter um
linfo-nódulo, em baixo da mandíbula, só esses linfo-nódulos determinados por
processos infecciosos são linfo-nódulos dolorosos, ao passo que os
linfo-nódulos determinados pelos linfomas são indolores e tem uma consistência
não mole e não endurecida, mas intermediárias, como se fosse a consistência de
uma borracha.
Em relação aos linfo-nódulos, o aparecimento de estruturas
como essas em que os gânglios linfáticos, particularmente do pescoço, na axila,
na região inguinal, aumento progressivo sem que haja uma evidência de uma
infecção, particularmente localizada, mas mesmo uma infecção mais sistêmica e
indolor persistente, durante uma, duas, três semanas é um sinal de alerta de
que possa ser um linfoma.
Além do aumento dos gânglios linfáticos, os pacientes em um
certo percentual apresentam sintomas clínicos, que também podem ser comuns a
outras doenças, por exemplo: febre, persistente sem causa infecciosa,
emagrecimento inusitado, não decorrente de uma dieta expressiva sudorese
noturna, aquela que molha a vestimenta e a cama.
Nem sempre o hematologista pode indicar indícios de
linfoma. Na maioria das vezes, como ela se inicia nos gânglios linfáticos e
linfo-nódulos, pode começar em qualquer lugar, um exemplo é no estomago e tem
como manifestações clinicas uma alteração digestiva alta ou uma gastrite, bem
como uma própria ulcera, no caso de mulheres, o ginecologista, em pessoas
idosas, o geriatra.
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