sexta-feira, 19 de junho de 2015

Dengue: riscos e cuidados durante a gravidez




Especialista do Lavoisier Medicina Diagnóstica alerta gestantes para os cuidados necessários em caso de confirmação da doença
Se a gravidez por si só já traz inúmeras dúvidas e preocupações à futura mamãe, imagina quando ela é diagnosticada com dengue. Em meio ao surto da doença em todo o país, cresceram também os casos de gestantes infectadas pelo aedes aegypti. Segundo o Dr. Jurandir Passos, especialista em ginecologia, obstetrícia e medicina fetal que integra o corpo clínico do Lavoisier Medicina Diagnóstica, as grávidas precisam redobrar os cuidados quando diagnosticadas com dengue.
“A imunidade da gestante é naturalmente mais baixa, já que seu sistema imunológico sofre diversas modificações ao longo dos nove meses, e isso pode favorecer o desenvolvimento de complicações”, afirma o especialista. Além disso, o diagnóstico pode ser retardado, já que em alguns casos é confundido com sintomas típicos da gestação, como perda sanguínea vaginal, que pode ser um sinal de evolução da dengue para o quadro hemorrágico.
Nos casos em que a dengue evolui para a forma hemorrágica, o número de plaquetas da gestante diminui, e os riscos de hemorragia aumentam. Esse quadro estimula deslocamentos placentários e hemorragias, que se não controlados podem levar à interrupção da gravidez. “No entanto, vale ressaltar que a evolução da doença acontece da mesma forma de uma pessoa não grávida, podendo ou não evoluir para o quadro hemorrágico”, destaca o médico.
O início e o fim da gestação são os períodos que merecem maior atenção quando há confirmação da doença. Isso por que, nos primeiros três meses os riscos de aborto são maiores do que quando comparado a gestantes não infectadas. Já no final da gravidez, a evolução para a forma hemorrágica é mais comum, além de haver riscos de parto prematuro.
Tratamento
Segundo o Dr. Jurandir, o tratamento é sintomático, ou seja, algumas medicações podem ser administradas para aliviar os incômodos, mas elas devem ser indicadas pelo médico para evitar complicações. Além disso, a hidratação é fundamental, bem como o repouso. Os sintomas podem continuar por até dez dias, mas a recuperação total leva entre duas e quatro semanas.
“É importante lembrar que mesmo após a total recuperação, a prevenção contra a doença deve se manter nos meses seguintes da gestação. Isso porque, embora a gestante tenha ficado imune ao tipo de dengue que a pegou, ainda há outros três que podem infectá-la”, alerta o especialista.
Para se prevenir, a grávida pode usar repelentes naturais, como a citronela, e os industrializados. A preferência é pelos produtos à base de dietiltoluamida (DEET), com concentração entre 10% e 50%. Eles são considerados seguros, e aliados à eliminação dos focos dos mosquitos, podem diminuir a exposição e riscos de infecção da doença.

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