quinta-feira, 18 de junho de 2015

Como reconhecer os sinais de que o filho está usando drogas





A adolescência pode ser uma fase difícil e de muitas descobertas. A curiosidade por drogas é comum nessa fase, por isso é importante a necessidade de informar e prevenir sempre. Novas experiências fazem parte desta fase da vida. Porém, mudança de comportamento, desinteresse por atividades, responsabilidades não cumpridas, quebra de regras, alteração de apetite, entre outras atitudes devem ser percebidas pelos pais, pois podem sinalizar que há algo errado com o filho, como o uso de drogas.
"Geralmente, o adolescente que está usando drogas apresenta mudanças em comportamentos cotidianos e vai depender da droga que ele está usando. Trocar o dia pela noite ou dormir o dia inteiro, se tornar mais irritado, mais sonolento e preguiçoso, apresentar desinteresse pelas atividades que realizava anteriormente com facilidade, iniciar projetos e não finalizá-los são sinais que devem ser observados e que podem indicar o uso de drogas", alerta a psicóloga e coordenadora terapêutica da Clínica Maia, Ana Cristina Fraia. 
De acordo com a especialista, mudanças no comportamento usual do adolescente é o fator mais importante para perceber o uso de drogas, porém questões com dinheiro, horário, isolamento social e familiar são aspectos que podem ser indicativos também.  Por conta disso, Ana afirma ser fundamental o diálogo dos pais com seus filhos: "é essencial conversar sempre com os filhos, independente da desconfiança ou não. O ideal é chamar o filho para uma conversa sobre o assunto. Se mesmo assim ainda houver indícios, deixar claro que está desconfiado, falar da importância dessa conversa, do porquê da preocupação e investigar o problema."
Para ter a certeza que o filho está usando drogas, a psicóloga orienta os pais a conversarem com os amigos dos seus filhos, controlarem de perto os seus horários, o dinheiro, companhias, etc. Além disso, ela diz que atualmente é possível comprar testes toxicológicos em farmácia, mas que merecem um cuidado especial, pois pode ser um processo invasivo e que deve ser realizado com cautela. "É  preciso acolher no primeiro momento e não acusar ou ser agressivo, para não afastar ou levar o filho a procurar ajuda na rua ou com amigos que já estão em uso. A rigidez, proibição e censura são fatores que dificultam a comunicação e afastam os filhos", ressalta Ana Cristina.
Mas, e quando houver a certeza que o filho está fazendo uso de drogas? A especialista afirma que buscar informação e orientação adequada é o melhor caminho e recomenda aos pais cuidado na abordagem com o filho. "O acolhimento é necessário, porém é preciso ser assertivo. A proximidade e a comunicação com os filhos são de extrema importância e devem ser construídas ao longo da infância. Assim, ao chegar à adolescência, o diálogo é mais fácil e já natural. A prevenção é a melhor saída. A relação com os pais deve ser clara e aberta, com confiança e amizade, assim os filhos se sentirão acolhidos e não precisarão esconder ou omitir fatos. O papel da família é de acolher, informar e dar limites", reforça a psicóloga.
Segundo Ana Cristina, outro fator que merece atenção e deve ser lembrado é que quando se fala em drogas não se pode esquecer que o álcool, apesar de ser lícito, não deixa de ser uma droga e os mesmos cuidados com ele devem ser tomados. "Muitos pais se esquecem disso, e o álcool é tão prejudicial quanto o tabaco, a maconha, a cocaína ou outras inúmeras drogas ilícitas", completa a especialista.

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