quinta-feira, 24 de julho de 2014


Hepatite não tratada pode desenvolver câncer de fígado

Para Sociedade Brasileira de Patologia, Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, datado em 28 de julho, serve como alerta para diagnóstico tardio do vírus

 

Desde 2004, a Organização Mundial de Saúde (OMS) celebra a data 28 de julho como o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. A partir disso o Brasil realiza várias ações integradas de prevenção e controle nos níveis de gestão SUS para o enfrentamento das hepatites virais. Para a Sociedade Brasileira de Patologia, as principais preocupações com a Hepatite é o desenvolvimento de cirrose hepática e do câncer de fígado.  

“As duas grandes causas de cirrose e de câncer de fígado em todo o mundo atual são infecções virais como hepatites C e B ou as doenças gordurosas do fígado, sejam elas decorrentes de etilismo ou de distúrbios metabólicos associados à obesidade e/ou a diabete”, comenta o médico professor Venâncio Avancini Ferreira Alves, membro da Sociedade Brasileira de Patologia e Professor Titular do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de fígado é um dos mais comuns entre homens com 7,5% do total de casos entre o sexo masculino. É também um dos que mais matam, devido ao diagnóstico tardio ou  dificuldade no tratamento.

A prevenção da hepatite é uma medida valiosa na prevenção deste tipo de câncer. No caso da hepatite B, já há vacina disponível. Na hepatite C ainda não há vacinação, mas há medidas preventivas  eficientes à triagem realizada nos Bancos de Sangue e Derivados, reduzindo a níveis mínimos a transmissão por transfusões.

Atualmente, a principal causa de transmissão parenteral é a partilha de agulhas por usuários de drogas injetáveis, não sendo frequente relativamente a transmissão em relações sexuais. Nos casos de hepatites crônicas já instaladas, o tratamento antiviral ao eliminar os vírus e reduzir a evolução do dano arquitetural para cirrose é a medida mais importante para a prevenção de possível surgimento do carcinoma de fígado.

Tanto nas causas virais como nas demais doenças crônicas do fígado, ao ser constatada a cirrose, é fundamental a prevenção e tratamento das complicações próprias da cirrose, como o desenvolvimento de varizes venosas, ascite e insuficiência hepática, causadoras de muitas mortes. Além destes cuidados e do tratamento eficiente da doença original, a grande esperança reside na vigilância para detecção precoce do câncer do fígado, já efetuada em alguns dos principais centros especializados, com avaliação clínica e ultrassonografia repetida a cada seis meses. Grande esforço precisa ser feito para que estas medidas sejam estendidas para toda a comunidade de pacientes infectados pelos vírus das hepatites.

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