domingo, 1 de junho de 2014


Redução da Mortalidade Materna

O número de mulheres que morrem por motivos relacionados à gravidez diminuiu nos últimos anos, mas o índice continua elevado. Cerca de 69 mães vão a óbito para cada 100 mil nascidos vivos.

Com o objetivo de reforçar a importância de estratégias para diminuir o índice de mulheres que morrem por causas relacionadas à gravidez ou ao parto, em 28 de maio passado foi celebrado do Dia Nacional da redução da Mortalidade Materna. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2013, ocorreram 289 mil mortes por estas razões. A última revisão da Classificação Internacional de Doenças classificou morte materna quando o óbito da mulher acontece durante a gestação ou 42 dias após o termino da gravidez.

De acordo com Fabiano Reis Bazzoli, ginecologista do Instituto Corpore em Araçoiaba da Serra (SP) - entidade que atua na promoção da qualidade de vida do cidadão, as principais causas de óbito são síndromes hipertensivas, hemorragias, doenças do aparelho circulatório complicadas pela gravidez, parto, puerpério (após o parto) e aborto. Para ele, iniciativas como a valorização dos profissionais de saúde que atendem a mulher ao longo da vida, campanhas de planejamento familiar e captação para início precoce do pré-natal são estratégias que viabilizarão a diminuição da mortalidade materna. "Além disso, a vinculação da gestante à unidade de referência e ao transporte gratuito, a garantia na internação de bom atendimento antes, durante e depois do parto e o acompanhamento precoce de puerpério são medidas fundamentais para diminuir o número de mulheres que morrem por estes motivos", avalia.

Um relatório da OMS mostra que, em 1990, o Brasil teve uma média de 120 óbitos de mães para 100 mil nascidos, e hoje há uma média de 69 mães para 100 mil nascidos vivos. "Apesar da melhora, é inaceitável que um país com o poderio econômico do Brasil ainda tenha um índice tão grande de mortes nesta situação", diz o ginecologista.

Na opinião de Fabiano, enquanto não houver a integração ideal entre poder público, funcionários da saúde e comunidade, não será possível diminuir (através da prevenção) as causas da mortalidade materna que são evitáveis.

O Instituto Corpore realiza mensalmente, com o apoio dos profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF), encontros com as gestantes dos municípios que atende. O objetivo das reuniões é promover a educação em saúde, abordando temas sugeridos pelas áreas participantes, como: a importância do pré-natal, exames realizados, vacinação para as gestantes, alterações fisiológicas durante a gestação, direitos da gestante, tipos de parto, anestesia, cuidados no pós-parto, amamentação e cuidados com o recém-nascido. Além disso, realiza atividades físicas para melhorar a postura e prevenir dores osteomusculares. A entidade também fornece materiais complementares sobre os assuntos abordados nas reuniões, contendo dicas e orientações para as gestantes. São encontros que possibilitam mais qualidade de vida para a mulher, prevenindo-a de diversas doenças que podem acontecer no período gestacional, ajudando a diminuir a mortalidade materna.

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