segunda-feira, 24 de junho de 2024

Novo tratamento apresentado em congresso americano aponta aumento na sobrevida de pacientes com câncer de pulmão

Pesquisas em carcinoma de pequenas células estavam há cerca de 20 anos sem avanços significativos 

 

Um estudo apresentado durante o Asco (Congresso Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica) 2024, que aconteceu no início de junho em Chicago (EUA), mostrou resultados promissores no tratamento do CPCP (Câncer de Pulmão de Células Pequenas) em estágio limitado. Aumentando em 22 meses a sobrevida dos pacientes.

Esse tipo de carcinoma, tratado tradicionalmente com quimioterapia e radioterapia, que representa cerca de 15% de todos os casos de câncer de pulmão, ficou cerca de 20 anos sem avanços significativos em pesquisas, segundo o oncologista Carlos Henrique Andrade Teixeira, do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

“São dados importantes e que foram bem comemorados no congresso já que são mais de duas décadas sem novidade nesse tópico”, acrescentou o especialista.

O estudo multicêntrico, intitulado "Adriatic", que avaliou mais de 700 pessoas em quatro continentes: Ásia, Europa, América do Norte e América do Sul apontou que os resultados do tratamento combinado de dois anos de imunoterapia com Durvalumabe, após quimioterapia e radioterapia apresentou melhora notável na sobrevida dos pacientes, passando de 33 para 55 meses, representando um ganho de quase dois anos para aqueles submetidos ao tratamento com o imunoterápico após quimioterapia e radioterapia.

O médico do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz ressaltou que, embora o medicamento já seja utilizado para outros tipos de tumores, é necessário apenas um ajuste na indicação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para sua utilização em pacientes com CPCP em estágio limitado.

“Esperamos que este processo seja rápido, diante da urgência dos pacientes e da importância dos resultados apresentados”, afirmou Teixeira.

De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), o número estimado de casos novos de câncer de traqueia, brônquios e pulmão para o Brasil, para 2024 é de 32.560 casos, ocupando a quarta posição entre os tipos de câncer mais frequentes.

O oncologista também lembrou que há também a necessidade de atualização da bula do medicamento pela Anvisa para contemplar seu uso em outras situações clínicas além do câncer de pulmão de pequenas células em estágio limitado.

 

Dados alarmantes

Mesmo sem ter sido apresentado como estudo, o aumento de casos de câncer de pulmão em não fumantes e em pacientes jovens foi assunto debatido durante o Asco.

Uma sessão do Congresso tratou o tema como emergente e, de acordo com o especialista, as causas para o surgimento desses casos em quem não fuma foram apontadas como histórico familiar de câncer, algumas mutações ativadoras do câncer, tabagismo passivo e a exposição a partículas poluentes dispersas na atmosfera.

“É fato que o câncer de pulmão pode aparecer em jovens e não fumantes, estamos ampliando nosso conhecimento para as causas neste subgrupo de pacientes, para agirmos de forma mais preventiva”.

 

Hospital Alemão Oswaldo Cruz
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