sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Voltar a praticar esportes após prótese bilateral de quadril é possível

Após uma artroplastia bilateral, Thomaz Abreu Neto voltou
 a praticar o que mais gosta: corridas de rua. Arquivo pessoal

Paciente que tinha fortes dores no quadril correu a maratona de Curitiba sete meses após prótese de quadril e está voltando ao duathlon: “cirurgia foi simples e recuperação rápida e tranquila”. 

 

Muitas pessoas convivem diariamente com dores no quadril, mas têm receio de operar. A história do programador de Controle Numérico Computadorizado (CNC) aposentado Thomaz Pereira Abreu Neto, 61 anos, é um exemplo de como os avanços da medicina têm devolvido qualidade de vida e a performance esportiva a pessoas que sofrem com artrose de quadril. 

Após anos de dor e limitação, Thomaz passou por duas cirurgias de prótese total de quadril, realizadas pelo ortopedista de Curitiba, Dr. Thiago Fuchs, especialista em quadril e joelho. E com pouco tempo de recuperação ele já estava novamente correndo maratonas. Agora planeja voltar ao triathlon, algo impensável para ele antes do tratamento.

 

Sintomas e tratamento

Thomaz conta que começou a sentir dores no quadril esquerdo quando ia trabalhar, ao sentar na moto, até que não conseguia mais subir em um ônibus, entrar no carro ou ir a pé ao mercado perto de casa. Sentia muita dor na virilha. Nessa época, ele praticava triathlon. Porém, foi parando com a atividade quando as dores foram piorando. Ao consultar o ortopedista a indicação foi clara: cirurgia para colocação de uma prótese, devido ao desgaste causado na articulação. 

Assim como a maioria dos pacientes, ele teve medo. E fez de tudo para evitar a cirurgia: fisioterapia, massagista, colágeno e uma infiltração na articulação, que aliviou a dor apenas temporariamente. Um ano após, a dor só aumentava, e ele tomou coragem para operar. Fez primeiro o lado esquerdo e passados mais alguns meses, recuperado da primeira cirurgia, ele operou o lado direito, que também estava com a articulação desgastada. 

Já sabendo que a cirurgia é muito tranquila, Thomaz operou o segundo lado no fim de abril deste ano. E desta vez, a recuperação foi muito mais rápida. Tanto que, poucos meses depois, já estava de volta às maratonas. Correu os 5Km da prova do Erastinho (Hospital Erasto Gaertner) em outubro, além dos 5 Km da Coxa Run e os 10 Km da Maratona de Curitiba, agora em novembro. 

“No final dessa última maratona eu chorei de emoção, porque eu consegui, sem dor nenhuma. O medo foi embora. Hoje eu tenho boa mobilidade, faço tudo. Me movimento normal, incluindo na academia, corrida, tudo. Se eu soubesse que a cirurgia e a recuperação seriam tão tranquilas, não tinha esperado tanto”, conta ele. 

“Os pacientes que deixam de correr ou de fazer esportes por causa da artrose devem saber que, com uma cirurgia bem feita e uma reabilitação adequada, é possível retornar aos esportes praticados anteriormente, inclusive os de alto impacto, sem dor”, explica o ortopedista Thiago Fuchs, que é reconhecido por realizar cirurgias em atletas amadores e profissionais.

 

Técnica minimamente invasiva

Thomaz passou por uma artroplastia total de quadril realizada com técnicas avançadas e minimamente invasivas, que preservam músculos e permitem reabilitação acelerada. Isso reflete o que há de mais moderno na ortopedia: abordagens precisas, menor trauma cirúrgico e fisioterapia ativa desde os primeiros dias. 

A artrose de quadril, ou osteoartrite coxofemoral, é uma das principais causas de limitação de movimento em adultos. No Brasil, estima-se que cerca de 10 milhões de pessoas convivam com algum grau da doença, segundo a Sociedade Brasileira de Quadril (SBQ). 

Quando o desgaste da cartilagem chega a estágios avançados, o atrito entre os ossos provoca dor intensa e limita funções simples, como andar, entrar em um carro ou subir escadas. Nesses casos, a prótese total de quadril é a solução mais eficaz e segura. 

A demanda por esse procedimento tem crescido: entre 2012 e 2021, foram realizadas mais de 251 mil artroplastias de quadril no país, segundo levantamento da Research, Society and Development Journal. Em 2024, as taxas chegaram a cerca de 28 cirurgias por 100 mil habitantes, um aumento significativo impulsionado pelos avanços nas técnicas cirúrgicas. 

“O objetivo das próteses de quadril não é apenas eliminar a dor, mas devolver ao paciente a liberdade de se movimentar, de voltar a fazer o que ama. E isso inclui o esporte”, destaca o Dr. Thiago.


 

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