A chegada ao Ensino Médio é um dos momentos mais marcantes da vida escolar. Nessa etapa, muitas famílias e estudantes concluintes do Ensino Fundamental se perguntam se vale mudar de escola em busca de uma melhor preparação para o vestibular, outra abordagem de ensino ou novas oportunidades acadêmicas. Mas especialistas em educação alertam que embora a mudança possa ser positiva em alguns casos, permanecer na mesma instituição geralmente favorece o desempenho e o equilíbrio emocional do estudante.
A
decisão envolve não apenas aspectos acadêmicos, mas também emocionais, sociais
e até de adaptação a uma nova rotina. “Essa é uma fase de grandes
transformações. O aluno passa a lidar com uma carga de conteúdos mais densa,
novas responsabilidades e uma preparação mais direta para os vestibulares e
para o futuro profissional. Fazer essa transição dentro de um ambiente já
conhecido ajuda a reduzir a ansiedade e a manter o foco nos estudos”, explica
Audrey Taguti, diretora pedagógica e geral do Brazilian
International School - BIS, de São Paulo (SP).
O
Ensino Fundamental tem uma carga horária mínima obrigatória de 800 horas. Ao
avançar para o Ensino Médio, o aluno passar a ter uma formação mínima de 1000
horas em cada um dos três anos que compõem o novo ciclo. Além das mudanças
acadêmicas, o Ensino Médio costuma vir acompanhado de novas dinâmicas sociais,
em uma fase pessoal marcada por uma explosão de hormônios e emoções, a
adolescência.
A
busca por pertencimento e o medo de não se encaixar são fatores que podem gerar
insegurança. Por isso, segundo Fatima Lopes, diretora geral da Escola Bilíngue
Aubrick, de São Paulo (SP), é importante considerar o impacto
emocional de trocar de instituição nesse momento. “Quando o estudante permanece
em um ambiente onde já construiu vínculos, ele se sente mais confiante para
lidar com os desafios dessa nova etapa. A continuidade ajuda a preservar sua
autoestima e seu engajamento escolar.”
Como reduzir
os impactos da mudança?
Para
alguns alunos, a mudança é inevitável, seja por motivos como mudança de cidade,
incompatibilidade de metodologia ou necessidade de um projeto pedagógico mais
alinhado aos objetivos do aluno. Nesses casos, especialistas recomendam um
processo de transição cuidadoso. “É fundamental que a família visite a nova
escola com o estudante, conheça o corpo docente e incentive uma adaptação
gradual, respeitando o ritmo emocional do jovem”, orienta Fatima, da Aubrick.
Outros
fatores práticos também devem ser observados: diferenças de calendário e
conteúdo, metodologias de ensino, perfil das turmas e suporte socioemocional
oferecido pela nova instituição. “Uma boa acolhida no início do ano,
acompanhamento próximo e a criação de espaços de diálogo ajudam muito na
adaptação”, complementa Audrey, do BIS.
É preciso ouvir a opinião e motivação do estudante
Ao
considerar uma possível mudança de escola, é essencial que a família ouça e
leve em conta a opinião do aluno. Afinal, ele é quem viverá o novo ambiente e
enfrentará os desafios da adaptação e transição para o Ensino Médio, um período
de amadurecimento, descobertas e definição de caminhos.
Respeitar os sentimentos e percepções sobre o que o motiva o jovem, seja a busca por novos estímulos, amizades ou uma metodologia diferente, ajuda a construir um processo mais consciente e saudável. “Quando o estudante se sente ouvido e participa da decisão, ele encara a transição com mais segurança e engajamento, o que impacta diretamente em seu bem-estar e rendimento escolar”, destaca Audrey. “Quando há estabilidade e confiança no ambiente escolar, o estudante tem mais condições de desenvolver seu potencial e se preparar para o que vem depois”, finaliza Fatima.
Audrey Taguti - acumula 41 anos de experiência e trabalho em Educação. É formada em Magistério e Pedagogia, possui pós-graduações em Psicopedagogia e Bilinguismo e é especialista em Alfabetização. É diretora pedagógica do Brazilian International School – BIS, de São Paulo/SP desde a fundação do colégio, em 2000.
Fatima Lopes - pós-graduada em Gestão Escolar, especialista em Bilinguismo e apaixonada pela área da Educação. De sua primeira formação, em Enfermagem, ela mantém o dom de cuidar das pessoas: gosta de se relacionar com alunos, pais e colegas, promovendo um ambiente de aprendizado colaborativo e acolhedor. Diz ter como missão contribuir para a formação integral dos estudantes, formando cidadãos mais conscientes e preparados para o futuro. É fundadora e diretora geral da Escola Bilíngue Aubrick, de São Paulo.
International Schools Partnership – ISP
Para mais informações, acesse o site.

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