O aumento no número de mulheres que decidem ser mães após os 30 anos é um fato. E ainda que o avanço da ciência e tecnologia sejam aliados, cuidar da saúde integral fará diferença para que tentantes tenham sucesso
A partir do momento em que uma pessoa decide ter filhos, não basta começar as tentativas: é essencial preparar o corpo e adotar cuidados para que a gestação ocorra de forma saudável. Segundo o IBGE, nos últimos 12 anos, o número de mulheres que decidiram ser mães após os 40 anos cresceu 65,7%. Já entre 30 e 39 anos, o aumento foi de 19,7%. Com o avanço da tecnologia, a maternidade tardia tem se tornado cada vez mais possível, mas ainda assim, cuidados e preparações são fundamentais, já que a reserva ovariana diminui com o passar do tempo, especialmente após os 35 anos.
De acordo com o ginecologista e obstetra Ivan Montenegro, membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), independentemente da idade em que se decide engravidar, existem etapas importantes que devem ser cumpridas para que a gestação ocorra da melhor forma possível. Entre elas, uma revisão geral da saúde: “O check-up é sempre importante, mas quando falamos do desejo de engravidar, ele se torna indispensável. É preciso avaliar a pressão arterial, a glicemia, a função da tireoide e o peso corporal, não apenas em casos de sobrepeso, mas de baixo peso também, porque todos esses fatores impactam diretamente na fertilidade e na evolução da gestação. São pontos simples de avaliar e fundamentais para quem pretende engravidar”, afirma.
A
partir desse olhar inicial, o especialista destaca cinco passos essenciais para
quem planeja engravidar em 2026:
1)
Avalie a saúde geral antes de qualquer tentativa
Check-ups que avaliam pressão, glicemia, tireoide e
peso funcionam como o primeiro filtro para definir tratamentos. Alterações em
qualquer um desses indicadores podem interferir tanto na ovulação quanto na
saúde do início da gravidez.
2)
Mantenha os exames ginecológicos em dia e inicie o ácido fólico
Manter sempre o exame preventivo
atualizado, além de sorologias e avaliação ginecológica, são etapas
indispensáveis no planejamento. O uso de ácido fólico antes da concepção é uma
das orientações mais importantes, pois reduz o risco de defeitos do tubo
neural.
3) Acompanhe o ciclo menstrual e a ovulação
Para quem já está tentando, entender o ciclo
menstrual e utilizar rastreadores de ovulação pode ajudar a identificar o
período fértil e reduzir o tempo até a concepção.
4)
Ajuste o estilo de vida três a seis meses antes da tentativa
Peso inadequado, tabagismo, consumo elevado de
álcool e cafeína ou exposição a poluentes ambientais comprometem a fertilidade.
Hábitos equilibrados, por sua vez, criam um ambiente propício para a gestação e
favorecem a saúde do bebê desde o início.
5)
Individualize o cuidado no caso de condições pré-existentes
Síndrome dos ovários policísticos, endometriose,
alterações da tireóide, obesidade e histórico de perdas gestacionais demandam
acompanhamento específico. “Com uma avaliação em reprodução assistida, é
possível corrigir fatores e definir estratégias que aumentam a taxa de
sucesso”, destaca Montenegro.
6)
Considere preservação da fertilidade quando necessário
Para mulheres que desejam engravidar mais tarde ou
que convivem com fatores que podem reduzir a reserva ovariana, o congelamento
de óvulos é uma opção relevante no planejamento.
Com o
aumento do número de mulheres que planejam a gestação com antecedência e
pretendem ser mães após os 35 anos, entender cada passo desse processo faz toda
a diferença. O acompanhamento com profissionais de saúde, aliado à realização
dos exames certos, ajuda a montar um plano personalizado e com maiores chances
de sucesso na gravidez.
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