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O Brasil concentra mais de 10,5% da população diabética do mundo -
mais de 10 milhões de pessoas -, e esse cenário acende um alerta para outro
problema crescente: o diabetes é uma das principais causas de doença renal.
Neste Novembro Azul, além do tradicional foco na saúde do homem, especialistas
reforçam a importância de prevenir a lesão renal entre pacientes diabéticos,
condição que evolui de forma silenciosa e tem alto impacto na qualidade de
vida. Apesar de não raramente apresentarem comprometimento da função renal ao
longo dos anos, muitos sequer percebem a progressão da doença. Surge então a
dúvida: existe um momento certo para iniciar o monitoramento dos rins? E,
afinal, é possível notar sozinho quando eles começam a falhar?
Segundo o nefrologista Bruno Zawadzki, Diretor Médico Nacional da
DaVita Tratamento Renal, o risco cresce justamente porque os rins não “avisam”
nas fases iniciais. “A doença renal diabética evolui de forma silenciosa. O que
separa um ‘ponto de virada’ de um risco baixo para um risco alto são as
alterações laboratoriais”, explica. As diretrizes internacionais recomendam que
todos os adultos com diabetes realizem anualmente o exame de creatinina - usado
para estimar a taxa de filtração glomerular (eGFR) - e a dosagem de albumina na
urina (UACR). A combinação desses dois parâmetros permite classificar o risco
renal e ajustar a intensidade do acompanhamento.
Entre os primeiros sinais de alerta estão a microalbuminúria (UACR
≥ 30 mg/g) - um indicativo precoce de lesão glomerular - e a queda sustentada
da eGFR abaixo de 60 mL/min/1,73m². Mesmo na ausência de sintomas, alterações
como aumento da albuminúria, piora da função renal, pressão arterial elevada,
hemoglobina glicada fora da meta e dislipidemia devem motivar investigação.
“Mesmo que o paciente esteja se sentindo bem, qualquer alteração nesses exames
deve acionar um alerta imediato”, reforça Zawadzki.
Erros comuns que levam pacientes à doença renal avançada
Na prática clínica, muitos casos de doença renal avançada poderiam
ser evitados com cuidados básicos. Zawadzki observa falhas recorrentes entre
pacientes diabéticos: não realizar os exames anuais de UACR e eGFR, manter
glicemia e pressão mal controladas, interromper medicamentos por conta própria,
usar anti-inflamatórios sem orientação e manter estilo de vida pouco saudável.
“Menos da metade dos diabéticos faz o exame de albuminúria
anualmente. Isso significa perder a oportunidade de detectar a lesão renal
quando ela ainda é reversível ou controlável”, afirma. Ele também destaca que
suspender insulina, metformina ou antihipertensivos sem orientação é um erro
frequente. “Existe o mito de que esses medicamentos ‘sobrecarregam’ os rins,
mas ocorre exatamente o contrário: parar o tratamento permite que a glicemia e
a pressão subam, acelerando a perda da função renal”, explica.
Neste mês, entidades de nefrologia reforçam que homens têm maior
risco de desenvolver doença renal crônica e tendem a adiar exames de rotina - o
que aumenta ainda mais a chance de diagnóstico tardio. Para quem convive com
diabetes, o recado é direto: prevenção salva função renal.
“Cuidar dos rins deve fazer parte do cuidado integral do diabetes. O check-up renal anual, o controle rigoroso da glicemia e da pressão, alimentação equilibrada, atividade física e evitar o tabagismo são medidas simples, mas extremamente eficazes para evitar a progressão da doença”, afirma Zawadzki.
Ele acrescenta que medicamentos nefroprotetores modernos - como inibidores de SGLT2, agonistas de GLP-1 e finerenona - têm impacto comprovado na redução da albuminúria e na proteção do rim e do coração, desde que usados sob prescrição médica.
DaVita Tratamento Renal
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