sábado, 1 de novembro de 2025

“O que fez sentido no passado, pode não fazer mais sentido neste momento”: especialista aborda o certo e o errado em um relacionamento

 

Vivian Ritter, autora do livro “Assuma o (des)controle de sua vida – a arte de viver bem o que não se domina”, destaca que não há fórmula única para os relacionamentos, mas um jeito único de fazer funcionar para dar certo

 

Quando o assunto é relacionamento, não existe um manual universal que defina o que é certo ou errado. É o que ressalta a Drª Vivian Ritter, pós-doutora em Direito e Filosofia, psicanalista e especialista em neurociência, comportamento e desempenho. Autora do recém-lançado livro “Assuma o (des)controle de sua vida – a arte de viver bem o que não se domina”, Vivian propõe uma reflexão sobre como os casais podem construir juntos uma convivência satisfatória.
 

Segundo a escritora, tentar reproduzir comportamentos ou regras de relacionamentos anteriores é um dos erros mais comuns. “Cada casal precisa encontrar seu próprio jeito de funcionar. O que fez sentido no passado, no início da relação, pode não fazer mais sentido neste momento do relacionamento, assim como aquilo que funcionava em outra relação pode não servir para a atual. O importante é entender o que, neste momento atual da relação, tem feito bem e quais os comportamentos que precisam de ajustes”, destaca a especialista.

Conforme ressalta Vivian, as pessoas mudam com o tempo e que os relacionamentos precisam acompanhar essas transformações. “Combinados que antes funcionavam podem deixar de fazer sentido. É natural e saudável rever regras e expectativas para que a relação continue fluindo”, explica. A autora afirma que um dos pilares de uma relação saudável é a comunicação. Expressar os sentimentos e incômodos de forma clara evita mal-entendidos e conflitos desnecessários. “Falar sobre o efeito que o comportamento do outro causa, sem acusar ou julgar, abre espaço para ajustes e fortalece a cumplicidade”, destaca. Para a especialista, toda vez que deixamos de falar sobre o que nos incomoda, deixamos de resolver a questão e prejudicamos a relação, afinal, apenas jogar para embaixo do tapete não resolve o problema.
 

Na mesma linha, Vivian destaca Freud, que tem uma fala muito interessante para as emoções e sentimentos que tentamos esconder: “As emoções não expressas nunca morrem. Elas são enterradas vivas e saem de piores formas mais tarde”. Portanto, a autora afirma: conflito adiado, se torna um conflito ampliado. Para ela, silenciar não é a melhor alternativa quando desejamos relacionamentos positivos, pois é fundamental que os casais conversem sobre o respeito aos limites individuais. “Cada pessoa carrega uma bagagem emocional única. Alguns trazem questões que cabem em uma pequena mala, outros precisam de um contêiner. Reconhecer essas diferenças é essencial para que pequenos desentendimentos não cresçam e fragilizem a relação”, explica.
 

Outro ponto destacado pela especialista é o peso das expectativas irreais. “Muitas vezes exigimos reações que só existem nas nossas projeções. Aceitar o parceiro como ele é, com suas qualidades e imperfeições, não significa tolerar tudo, mas reconhecer os limites inegociáveis e decidir juntos o que precisa mudar”, complementa. Para a especialista, o equilíbrio no relacionamento nasce do diálogo e da disposição para evoluir. “Reconhecer que certo e errado são conceitos subjetivos, mas devem ser transformados em prática diária do casal, nos permite viver relações mais felizes”, conclui.
 

Vivian Ritter - pós-doutora em Direito e Filosofia, psicanalista e especialista em neurociência, comportamento e desempenho. Há 20 anos ajuda a desenvolver pessoas, lideranças e organizações. Mais informações acesse: Link


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