Vivian Ritter, autora do livro “Assuma
o (des)controle de sua vida – a arte de viver bem o que não se domina”, destaca
que não há fórmula única para os relacionamentos, mas um jeito único de fazer
funcionar para dar certo
Quando o assunto é relacionamento, não existe um manual universal
que defina o que é certo ou errado. É o que ressalta a Drª Vivian Ritter,
pós-doutora em Direito e Filosofia, psicanalista e especialista em
neurociência, comportamento e desempenho. Autora do recém-lançado livro “Assuma
o (des)controle de sua vida – a arte de viver bem o que não se domina”, Vivian
propõe uma reflexão sobre como os casais podem construir juntos uma convivência
satisfatória.
Segundo a escritora, tentar reproduzir comportamentos ou regras de
relacionamentos anteriores é um dos erros mais comuns. “Cada casal precisa
encontrar seu próprio jeito de funcionar. O que fez sentido no passado, no
início da relação, pode não fazer mais sentido neste momento do relacionamento,
assim como aquilo que funcionava em outra relação pode não servir para a atual.
O importante é entender o que, neste momento atual da relação, tem feito bem e
quais os comportamentos que precisam de ajustes”, destaca a especialista.
Conforme ressalta Vivian, as pessoas mudam com o tempo e que os
relacionamentos precisam acompanhar essas transformações. “Combinados que antes
funcionavam podem deixar de fazer sentido. É natural e saudável rever regras e
expectativas para que a relação continue fluindo”, explica. A autora afirma que
um dos pilares de uma relação saudável é a comunicação. Expressar os
sentimentos e incômodos de forma clara evita mal-entendidos e conflitos
desnecessários. “Falar sobre o efeito que o comportamento do outro causa, sem
acusar ou julgar, abre espaço para ajustes e fortalece a cumplicidade”,
destaca. Para a especialista, toda vez que deixamos de falar sobre o que nos
incomoda, deixamos de resolver a questão e prejudicamos a relação, afinal,
apenas jogar para embaixo do tapete não resolve o problema.
Na mesma linha, Vivian destaca Freud, que tem uma fala muito
interessante para as emoções e sentimentos que tentamos esconder: “As emoções
não expressas nunca morrem. Elas são enterradas vivas e saem de piores formas
mais tarde”. Portanto, a autora afirma: conflito adiado, se torna um conflito
ampliado. Para ela, silenciar não é a melhor alternativa quando desejamos
relacionamentos positivos, pois é fundamental que os casais conversem sobre o
respeito aos limites individuais. “Cada pessoa carrega uma bagagem emocional
única. Alguns trazem questões que cabem em uma pequena mala, outros precisam de
um contêiner. Reconhecer essas diferenças é essencial para que pequenos
desentendimentos não cresçam e fragilizem a relação”, explica.
Outro ponto destacado pela especialista é o peso das expectativas
irreais. “Muitas vezes exigimos reações que só existem nas nossas projeções.
Aceitar o parceiro como ele é, com suas qualidades e imperfeições, não
significa tolerar tudo, mas reconhecer os limites inegociáveis e decidir juntos
o que precisa mudar”, complementa. Para a especialista, o equilíbrio no
relacionamento nasce do diálogo e da disposição para evoluir. “Reconhecer que
certo e errado são conceitos subjetivos, mas devem ser transformados em prática
diária do casal, nos permite viver relações mais felizes”, conclui.
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