sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Hospital Alemão Oswaldo Cruz alerta para a importância da testagem para controle do HIV no país

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Do preservativo à PrEP e PEP, estratégias somadas ao teste podem frear a disseminação do vírus


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 41 milhões de pessoas no mundo viviam com HIV em 2024, e cerca de 1,3 milhão foram infectadas naquele ano. No Brasil, estimativas do Ministério da Saúde indicam que mais de 1 milhão de pessoas vivem com HIV, com aproximadamente 50 mil novos diagnósticos registrados apenas em 2023. 

Diante desse cenário, é importante reforçar o impacto da testagem e do acesso às estratégias de prevenção combinada para conter a transmissão do vírus. O diagnóstico precoce é essencial para iniciar o tratamento adequado, reduzir o risco de novas infecções e garantir qualidade de vida às pessoas vivendo com HIV. 

“A testagem é o caminho para romper a cadeia de transmissão. Quando o diagnóstico é feito cedo, conseguimos orientar o tratamento e o acompanhamento clínico de forma segura, eficaz e em momento oportuno”, afirma Dr. Filipe Piastrelli, infectologista e gerente médico do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. 

Além de garantir melhor qualidade de vida, o tratamento quando feito de forma correta também diminui a carga viral no paciente. Ao atingir o nível de indetectável, o vírus se torna intransmissível, conceito reconhecido mundialmente pela sigla I=I (Indetectável = Intransmissível).

 

Prevenção combinada e novas estratégias

Apesar dos avanços, os especialistas ainda recomendam o uso do preservativo como a principal forma de prevenir todas as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Outras estratégias se somam a essa medida, como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que envolvem o uso de medicamentos antirretrovirais por pessoas que ainda não têm HIV. 

A PrEP consiste na tomada diária de antirretrovirais antes de uma possível exposição ao vírus, indicada a pessoas com maior vulnerabilidade, por exemplo: quem mantém relações sexuais desprotegidas com parceiros de status sorológico desconhecido ou compartilha seringas. 

Quando utilizada de forma adequada, a PrEP pode reduzir em até 99% o risco de infecção por via sexual, segundo dados de 2023 do CDC (Centers for Disease Control and Prevention, dos Estados Unidos). 

Já a PEP é indicada para situações emergenciais, após uma possível exposição ao HIV, como relação sexual sem preservativo, rompimento do preservativo durante o ato sexual ou em caso de acidente ocupacional com material biológico contaminado. O tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, idealmente nas primeiras 72 horas após a exposição, e dura 28 dias. O uso correto da PEP pode reduzir o risco de infecção em mais de 80%. 

“Tanto a PrEP quanto a PEP são ferramentas eficazes de prevenção, mas não substituem o preservativo, que continua sendo o único método capaz de prevenir outras ISTs, como sífilis, gonorreia e HPV”, reforça.

 

Importância da testagem

O Hospital Alemão Oswaldo Cruz destaca que a testagem regular é uma das medidas mais eficazes de saúde pública, pois permite identificar precocemente casos e reduzir o risco de disseminação.

 

Quem deve realizar o teste

  • Pessoas que tiveram relação sexual sem preservativo.
  • Quem compartilhou agulhas/seringas.
  • Pessoas com ISTs prévias ou que apresentem sinais e sintomas compatíveis.
  • Quem mantém parcerias sexuais novas ou múltiplas.
  • Gestantes, conforme rotina de pré-natal.


Quando testar

  • O quanto antes após exposição a uma situação de risco.
  • Respeitar a janela imunológica do tipo de exame indicado por um profissional de saúde.


Por que testar

  • Cuidados imediatos: diagnóstico precoce direciona manejo clínico e orientações de proteção.
  • Quebra da transmissão: pessoas em tratamento podem atingir carga viral indetectável, reduzindo o risco de transmissão.
  • Bem-estar e planejamento: esclarece dúvidas, reduz ansiedade e apoia decisões informadas.

 

Prevenção combinada

Além da testagem, o Hospital destaca estratégias complementares de prevenção:

  • Uso consistente de preservativos;
  • PEP (profilaxia pós-exposição) quando indicada, com início o mais precoce possível;
  • PrEP (profilaxia pré-exposição) para pessoas com maior vulnerabilidade;
  • Diagnóstico e tratamento de outras ISTs;
  • Informação e aconselhamento individualizado.
     

“Hoje, o HIV é uma condição crônica e tratável. Quanto antes o diagnóstico for feito, maior a chance de controle, qualidade de vida e prevenção de novas transmissões”, conclui o Dr. Filipe Piastrelli. 



Hospital Alemão Oswaldo Cruz
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