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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 41 milhões de pessoas no mundo viviam com HIV em 2024, e cerca de 1,3 milhão foram infectadas naquele ano. No Brasil, estimativas do Ministério da Saúde indicam que mais de 1 milhão de pessoas vivem com HIV, com aproximadamente 50 mil novos diagnósticos registrados apenas em 2023.
Diante desse cenário, é importante reforçar o impacto da testagem e do acesso às estratégias de prevenção combinada para conter a transmissão do vírus. O diagnóstico precoce é essencial para iniciar o tratamento adequado, reduzir o risco de novas infecções e garantir qualidade de vida às pessoas vivendo com HIV.
“A testagem é o caminho para romper a cadeia de transmissão. Quando o diagnóstico é feito cedo, conseguimos orientar o tratamento e o acompanhamento clínico de forma segura, eficaz e em momento oportuno”, afirma Dr. Filipe Piastrelli, infectologista e gerente médico do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Além
de garantir melhor qualidade de vida, o tratamento quando feito de forma
correta também diminui a carga viral no paciente. Ao atingir o nível de
indetectável, o vírus se torna intransmissível, conceito reconhecido
mundialmente pela sigla I=I (Indetectável = Intransmissível).
Prevenção combinada e novas estratégias
Apesar dos avanços, os especialistas ainda recomendam o uso do preservativo como a principal forma de prevenir todas as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Outras estratégias se somam a essa medida, como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que envolvem o uso de medicamentos antirretrovirais por pessoas que ainda não têm HIV.
A PrEP consiste na tomada diária de antirretrovirais antes de uma possível exposição ao vírus, indicada a pessoas com maior vulnerabilidade, por exemplo: quem mantém relações sexuais desprotegidas com parceiros de status sorológico desconhecido ou compartilha seringas.
Quando utilizada de forma adequada, a PrEP pode reduzir em até 99% o risco de infecção por via sexual, segundo dados de 2023 do CDC (Centers for Disease Control and Prevention, dos Estados Unidos).
Já a PEP é indicada para situações emergenciais, após uma possível exposição ao HIV, como relação sexual sem preservativo, rompimento do preservativo durante o ato sexual ou em caso de acidente ocupacional com material biológico contaminado. O tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, idealmente nas primeiras 72 horas após a exposição, e dura 28 dias. O uso correto da PEP pode reduzir o risco de infecção em mais de 80%.
“Tanto
a PrEP quanto a PEP são ferramentas eficazes de prevenção, mas não substituem o
preservativo, que continua sendo o único método capaz de prevenir outras ISTs,
como sífilis, gonorreia e HPV”, reforça.
Importância da testagem
O
Hospital Alemão Oswaldo Cruz destaca que a testagem regular é uma das medidas
mais eficazes de saúde pública, pois permite identificar precocemente casos e
reduzir o risco de disseminação.
Quem deve realizar o teste
- Pessoas que tiveram relação sexual sem preservativo.
- Quem compartilhou agulhas/seringas.
- Pessoas com ISTs prévias ou que apresentem sinais e sintomas
compatíveis.
- Quem mantém parcerias sexuais novas ou múltiplas.
- Gestantes, conforme rotina de pré-natal.
Quando testar
- O quanto antes após exposição a uma situação de risco.
- Respeitar a janela imunológica do tipo de exame indicado por um
profissional de saúde.
Por que testar
- Cuidados imediatos: diagnóstico precoce direciona manejo clínico e
orientações de proteção.
- Quebra da transmissão: pessoas em tratamento podem atingir carga
viral indetectável, reduzindo o risco de transmissão.
- Bem-estar e planejamento: esclarece dúvidas, reduz ansiedade e
apoia decisões informadas.
Prevenção combinada
Além
da testagem, o Hospital destaca estratégias complementares de prevenção:
- Uso consistente de preservativos;
- PEP (profilaxia pós-exposição) quando indicada, com início o mais
precoce possível;
- PrEP (profilaxia pré-exposição) para pessoas com maior
vulnerabilidade;
- Diagnóstico e tratamento de outras ISTs;
- Informação e aconselhamento individualizado.
“Hoje, o HIV é uma condição crônica e tratável. Quanto antes o diagnóstico for feito, maior a chance de controle, qualidade de vida e prevenção de novas transmissões”, conclui o Dr. Filipe Piastrelli.
Hospital Alemão Oswaldo Cruz
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