A cantora revelou que sofre bullying pela aparência das orelhas e usa cola para escondê-las. Especialista alerta sobre os perigos da prática, esclarece mitos e explica como funciona a cirurgia que corrige a orelha proeminente de forma definitiva
A
revelação de Ana Castela, que contou usar cola para aproximar as orelhas por
causa do bullying sofrido desde a infância, reacendeu o debate sobre orelhas
proeminentes a chamada “orelha de abano” e sobre as alternativas seguras para
correção. A declaração da cantora viralizou nas redes sociais e despertou
dúvidas entre pais, adolescentes e adultos que convivem com a mesma
característica.
Para
esclarecer o tema, a cirurgiã plástica Dra. Larissa Sumodjo, membro da
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), explica que orelhas em abano
são causadas por alterações ou aumento da cartilagem e que o uso de adesivos
pode até disfarçar temporariamente, mas não corrige a deformidade. “A forma que
temos para tratar a condição de maneira efetiva é através da cirurgia, a
otoplastia, que aborda exatamente as alterações cartilaginosas. Adesivos apenas
levam as orelhas para trás, mas não resolvem o problema”, afirma.
Sobre
o hábito mencionado por Ana Castela, a especialista alerta que a prática exige
cuidados. “Se forem utilizados produtos próprios para a pele, que não causem
alergia, pode-se tentar aproximar as orelhas dessa forma. Mas, qualquer produto
não adequado pode causar alergias, ferimentos e lesões cutâneas”, explica. Ela
reforça que colas de uso geral são totalmente contraindicadas.
Com
o aumento da procura por soluções estéticas rápidas, muitos se perguntam se
existem adesivos realmente seguros para esse uso. “O mercado tem lançado
produtos supostamente adequados para a pele, mas sempre é preciso verificar se
são dermatologicamente testados e fazer um teste prévio para evitar reações”,
diz a Dra. Larissa. Ainda assim, ela lembra que nenhum adesivo altera a
cartilagem, e por isso o resultado tende a ser limitado e temporário.
A
otoplastia, cirurgia que corrige a orelha de abano, é o tratamento definitivo.
Pode ser realizada a partir dos 6, 7 anos, quando a cartilagem já está formada
e, principalmente, quando a criança demonstra maturidade psicológica para lidar
com o procedimento. “Não existe uma restrição absoluta, mas cada caso deve ser
avaliado individualmente, considerando medo, ansiedade, aceitação e o impacto
emocional da deformidade”, destaca.
O
procedimento pode ser feito com sedação ou anestesia geral, a depender da
idade, e atua remodelando as cartilagens que deixam as orelhas proeminentes. “A
cirurgia ajusta as ‘dobrinhas’ da orelha por meio de pontos estratégicos, o que
reduz o afastamento e devolve equilíbrio ao rosto”, explica. O pós-operatório
exige o uso de uma faixa compressiva por cerca de um mês, além de evitar dormir
de lado e suspender atividades físicas por algumas semanas.
Em
casos em que a otoplastia não apresenta o resultado esperado ou quando há
recidiva, uma nova avaliação é necessária. “A recidiva pode acontecer, e nesses
casos podemos considerar uma nova cirurgia, sempre analisando de forma
personalizada”, diz a especialista.
Com
a repercussão do relato de Ana Castela, a Dra. Larissa reforça a importância de
informação confiável para evitar danos estéticos e dermatológicos. “O incômodo
com a aparência das orelhas é real para muitas pessoas, especialmente crianças
e adolescentes. Mas, antes de recorrer a soluções improvisadas, é fundamental
buscar orientação médica para evitar complicações.”
Dra. Larissa Sumodjo Cirurgiã Plástica, pela SBCP
dralarissasumodjo
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