Especialista
em direito previdenciário aponta equívocos comuns no planejamento que podem
reduzir o valor do benefício em mais de 30% e mostra como evitá-los.
Pequenos
descuidos no histórico de contribuição e a escolha errada da regra de
aposentadoria podem resultar em uma perda financeira que ultrapassa os R$ 150
mil ao longo dos anos. Muitos trabalhadores só percebem o prejuízo quando o
benefício já foi concedido, tornando a correção mais difícil e demorada.
“A
aposentadoria é um projeto de vida, mas muitos brasileiros a tratam como uma
mera formalidade burocrática. Esse descuido custa caro. Um erro na análise do
histórico ou na escolha da regra pode significar a perda do valor de um carro
popular por ano no benefício”, alerta a advogada previdenciarista Marceli
Rodrigues, professora de pós-graduação e especialista no tema.
Para evitar que
isso aconteça, a especialista lista os 7 erros mais comuns que devem ser
evitados:
1. Confiar
cegamente no extrato do INSS (CNIS): O documento oficial pode conter
falhas, como vínculos de trabalho sem data de término ou salários registrados
com valor incorreto.
2. Desconhecer
as regras de transição: A escolha entre pedágio de 50%, 100% ou regra de
pontos sem uma simulação prévia pode levar a uma aposentadoria mais tardia ou
com um valor mensal significativamente menor.
3. Ignorar
períodos de trabalho "esquecidos": Tempo de serviço militar,
trabalho rural (mesmo em regime familiar) ou período como aluno-aprendiz são
valiosos e podem antecipar o benefício.
4. Não
valorizar o trabalho em condições especiais: “Quem atuou exposto a agentes
nocivos à saúde, como ruído ou produtos químicos, tem direito a uma contagem de
tempo diferenciada. Para isso, é indispensável solicitar o Perfil
Profissiográfico Previdenciário (PPP) à empresa, um direito do trabalhador”,
explica Rodrigues.
5. Contribuir
com o valor errado: Contribuir abaixo do salário mínimo pode invalidar o
mês de recolhimento, enquanto pagar sobre o teto sem necessidade pode ser um
desperdício de dinheiro.
6. Parar de
contribuir antes da hora: Atingir o tempo mínimo de contribuição não
garante o acesso a todas as regras. Interromper os pagamentos pode diminuir a
média salarial e adiar o direito ao benefício.
7. Pedir a
aposentadoria no "piloto automático": Aceitar a primeira
simulação do INSS sem uma análise técnica prévia é abrir mão do "direito
ao melhor benefício", que obriga a autarquia a conceder a opção mais
vantajosa para o segurado.
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