quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Sete erros que podem fazer você perder dinheiro na aposentadoria

Especialista em direito previdenciário aponta equívocos comuns no planejamento que podem reduzir o valor do benefício em mais de 30% e mostra como evitá-los. 

 

Pequenos descuidos no histórico de contribuição e a escolha errada da regra de aposentadoria podem resultar em uma perda financeira que ultrapassa os R$ 150 mil ao longo dos anos. Muitos trabalhadores só percebem o prejuízo quando o benefício já foi concedido, tornando a correção mais difícil e demorada.

“A aposentadoria é um projeto de vida, mas muitos brasileiros a tratam como uma mera formalidade burocrática. Esse descuido custa caro. Um erro na análise do histórico ou na escolha da regra pode significar a perda do valor de um carro popular por ano no benefício”, alerta a advogada previdenciarista Marceli Rodrigues, professora de pós-graduação e especialista no tema.

Para evitar que isso aconteça, a especialista lista os 7 erros mais comuns que devem ser evitados:

1. Confiar cegamente no extrato do INSS (CNIS): O documento oficial pode conter falhas, como vínculos de trabalho sem data de término ou salários registrados com valor incorreto.

2. Desconhecer as regras de transição: A escolha entre pedágio de 50%, 100% ou regra de pontos sem uma simulação prévia pode levar a uma aposentadoria mais tardia ou com um valor mensal significativamente menor.

3. Ignorar períodos de trabalho "esquecidos": Tempo de serviço militar, trabalho rural (mesmo em regime familiar) ou período como aluno-aprendiz são valiosos e podem antecipar o benefício.

4. Não valorizar o trabalho em condições especiais: “Quem atuou exposto a agentes nocivos à saúde, como ruído ou produtos químicos, tem direito a uma contagem de tempo diferenciada. Para isso, é indispensável solicitar o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) à empresa, um direito do trabalhador”, explica Rodrigues.

5. Contribuir com o valor errado: Contribuir abaixo do salário mínimo pode invalidar o mês de recolhimento, enquanto pagar sobre o teto sem necessidade pode ser um desperdício de dinheiro.

6. Parar de contribuir antes da hora: Atingir o tempo mínimo de contribuição não garante o acesso a todas as regras. Interromper os pagamentos pode diminuir a média salarial e adiar o direito ao benefício.

7. Pedir a aposentadoria no "piloto automático": Aceitar a primeira simulação do INSS sem uma análise técnica prévia é abrir mão do "direito ao melhor benefício", que obriga a autarquia a conceder a opção mais vantajosa para o segurado.

  

Marceli Rodrigues - advogada especialista em Direito Previdenciário, com ampla atuação em benefícios do INSS, regimes próprios de previdência (servidores públicos) e planejamento previdenciário. É também professora de pós-graduação, dedicando-se a formar novos especialistas e a descomplicar o acesso aos direitos sociais.


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