Mudanças trazidas pelo Ministério do Turismo criam desafios operacionais, mas também oportunidades de gestão e diferenciação no setor
A portaria publicada pelo Ministério do Turismo,
que atualiza os horários e regras para o check-in em hotéis e pousadas, promete
mexer não apenas com a rotina dos estabelecimentos, mas também com suas estratégias
de rentabilidade. Especialistas em gestão acreditam que, para pequenos e médios
empreendimentos, a medida pode representar uma chance de reorganizar processos,
melhorar a experiência do hóspede e gerar novas fontes de receita.
De acordo com Roberto Tonetti, sócio cofundador do
Duarte Tonetti Advogados, o impacto das novas normas deve ser analisado sob uma
ótica de eficiência. “A mudança pode ser vista como um convite à
profissionalização, haja vista que muitos hotéis e pousadas ainda operam com
rotinas informais”, diz.
Na prática, a padronização dos horários pode ajudar
as empresas a estruturarem políticas mais claras de hospedagem, facilitando a
previsibilidade financeira. Além disso, abre espaço para serviços adicionais
que podem se converter em receitas extras.
“Com regras mais claras, o empresário tem condições
de estruturar novos serviços e oferecer benefícios que antes não estavam
organizados, inclusive se proteger juridicamente para evitar perda financeira”,
explica Tonetti.
Outro ponto é a importância de conciliar o
cumprimento da regra com uma gestão de custos eficiente. Estabelecimentos que
investirem em tecnologia e em boas práticas administrativas tendem a ter ganhos
competitivos.
“De toda forma, é fundamental que os hotéis deixem
claros nos contratos e nas plataformas de reserva os horários de check-in e
check-out, as condições de limpeza e as regras para cobrança de serviços
adicionais. O check-in digital traz também a responsabilidade de proteger os
dados dos hóspedes, em conformidade com a LGPD. Além disso, contratos com
agências e operadoras precisam ser ajustados para evitar divergências. Quem se
antecipar nessas adequações reduz riscos de litígio, garante previsibilidade e
ainda reforça sua imagem de confiança no mercado. Afinal, acredito que estar em
compliance é sinônimo de vantagem competitiva”, alerta.
Para Tonetti, a nova regra deve ser encarada como
oportunidade de inovação e reposicionamento no setor. Ao transformar exigências
legais em instrumentos de gestão estratégica, hotéis e pousadas não apenas
cumprem suas obrigações, mas também conquistam eficiência, segurança e
credibilidade.
“Mais do que seguir a portaria, é a chance de se
diferenciar. Quem alinhar operação, compliance e experiência do cliente terá um
espaço de destaque na hotelaria do futuro”, conclui.
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