Dieta inadequada,
doenças, falta de hidratação e areias de má qualidade contribuem para
intensificar o odor dos dejetos e também do ambiente.
Os gatos já estão se tornando em número quase
equiparados aos cães nos lares brasileiros, ganhando o coração das famílias. Os
felinos oferecem companhia e relativa facilidade no convívio, porém alguns
cuidados básicos não podem ser negligenciados, entre eles o correto manejo dos
dejetos dos animais.
Segundo a Dra. Luciana Domingues, veterinária e PhD
em nutrologia para cães e gatos, a limpeza e o monitoramento diário da caixa de
areia são fundamentais para que o tutor identifique de forma precoce a presença
de alguma alteração de odores quando se fazem presentes. Fatores com
consistência ou cor das fezes podem representar sinais de alterações
fisiológicas que o bichano pode estar sofrendo.
Nas fezes, as causas que provocam a intensificação
dos odores são rações de baixa qualidade, que não oferecem boa digestibilidade
e também uma dieta com altos teores de proteína. Além desse fator, as doenças
gastrointestinais podem impactar na digestão e absorção de nutrientes,
aumentando com isso o cheiro. Também as infecções virais, bacterianas e parasitárias
geram lesões no intestino e interferem na digestão.
Já com relação à urina dos gatos, a substância que
provoca o odor é a felinina, produzida normalmente pelo metabolismo das proteínas
nos felinos, assim como resíduos como a ureia e outras substâncias resultantes
de processos metabólicos. Nos gatos machos não castrados, a urina pode servir
para marcar o território e esta tem um cheiro mais intenso. E fique atento: os
gatos tendem a beber menos água do que outros animais, o que resulta em urina
mais concentrada e também com odor mais forte. Vale a pena investir na
hidratação dos bichanos!
Segundo a Dra. Luciana, a utilização de rações de
maior qualidade ou super premium podem reduzir o odor das fezes, já que
propiciam alta digestibilidade e bons ingredientes. Já a alimentação natural
feita em casa deve ser formulada de forma correta e adequadamente balanceada
para incorrer na melhora do odor.
Já a comida humana, frutas e legumes devem ser
oferecidos de forma controlada e orientada por profissionais. Mesmo quando
falamos de alimentos naturais como carnes, frutas e verduras, o consumo
descontrolado pode trazer desequilíbrios nutricionais e impactar também na
digestão desses alimentos.
Finalmente, é essencial escolher com cuidado a areia higiênica. “Se a areia forma torrões firmes com a urina, isso reduz o odor da amônia na caixa”, explica a Dra. Luciana. Já a receita caseira de misturar farinha de mandioca com farinha de milho comprados no supermercado é contraindicada: “esses alimentos não tem uma tecnologia que impeça o crescimento de microorganismos e soltam pó excessivo que pode afetar os gatos”, alerta a Dra. Luciana.
Dra. Luciana Oliveira - Médica veterinária formada pela Unesp de Jaboticabal, possui mestrado o doutorado na área de nutrição de cães e Gatos pela Unesp Jaboticabal. Fez estágio de doutoramento na Universidade LMU, de Munique/Alemanha. É membro do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal Pet (CBA PET) e da Sociedade Brasileira de Nutrição e Nutrologia de Cães e Gatos (SBNutripet). Tem mais de 20 anos de experiência na área de Nutrição e Nutrologia de Cães e Gatos.
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