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Especialista explica como desenvolver esse recurso interno, fortalecer vínculos e identificar sinais de desequilíbrio nos relacionamentos
Reconhecer e compreender os próprios sentimentos, tomar decisões com base em
valores pessoais e manter vínculos afetivos sem abrir mão da própria
identidade: esses são aspectos essenciais da autonomia emocional, uma habilidade
cada vez mais valorizada em tempos de excesso de comparação e imediatismo nas
relações. Desenvolver esse recurso é um caminho para relações mais saudáveis e
para o fortalecimento da autoestima, tanto na vida pessoal quanto profissional.
De acordo com Talita Rocha, professora do curso de Psicologia da Una, a autonomia emocional é construída ao longo do tempo, com base no autoconhecimento, na capacidade de autorregulação e em vivências de vínculo seguro. “A pessoa emocionalmente autônoma não precisa que o outro diga quem ela é. Ela se conhece, sabe o que sente, entende suas necessidades e tem clareza do que está disposta a negociar ou não dentro de uma relação”, explica.
A
autonomia não anula a afetividade. Pelo contrário, segundo a especialista, ela
permite conexões mais genuínas, baseadas na escolha consciente e na confiança.
“Relações saudáveis não exigem que uma pessoa se anule pela outra. O vínculo se
sustenta justamente quando cada um preserva a própria identidade e se sente
livre para expressar suas emoções”, completa.
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Como reconhecer a falta de autonomia emocional
Dificuldade em tomar decisões sem consultar alguém, necessidade constante de aprovação, medo de desagradar ou ser rejeitado, ciúme excessivo e sensação de esvaziamento quando está sozinho são sinais comuns de uma autonomia emocional fragilizada. “É como se a pessoa precisasse do outro para validar a própria existência. Ela vive em função de agradar ou manter o vínculo a qualquer custo, o que pode gerar sofrimento psíquico, baixa autoestima e dependência afetiva”, alerta Rocha.
Esse
padrão pode se manifestar em diferentes contextos, como nas relações
familiares, nos relacionamentos amorosos e até no ambiente profissional.
Ambientes de criação muito controladores ou superprotetores, traumas emocionais
e experiências de abandono podem estar na origem desse comportamento.
Construção gradual e possível
Segundo a especialista, desenvolver a autonomia emocional é um processo individual, mas que pode ser iniciado com atitudes simples no cotidiano. “O primeiro passo é olhar para dentro: reconhecer o que se sente, refletir sobre por que determinadas situações afetam tanto e perceber quais são os próprios limites. A partir disso, é possível começar a dizer ‘não’, fazer escolhas mais conscientes e buscar relações mais equilibradas”, orienta Rocha.
Outros
caminhos importantes incluem cultivar uma rede de apoio saudável, praticar o
autocuidado e buscar espaços seguros de escuta e expressão emocional, como a
psicoterapia. “A terapia ajuda a reorganizar experiências passadas,
ressignificar crenças limitantes e desenvolver uma autoestima mais sólida. Isso
fortalece a autonomia e permite que a pessoa se relacione com mais leveza e
liberdade”, afirma.
Nas redes sociais e no cotidiano
A pressão estética, a idealização de relacionamentos e o consumo constante de conteúdos nas redes sociais também impactam a autonomia emocional. “A comparação constante e a expectativa de corresponder a padrões irreais podem enfraquecer a percepção de si mesmo. É importante lembrar que cada pessoa tem um tempo e uma trajetória, e que validar suas emoções é fundamental para manter o equilíbrio”, ressalta Rocha.
Ao
compreender que autonomia emocional não significa frieza ou afastamento, mas
sim maturidade afetiva e autoconfiança, é possível transformar a forma como nos
conectamos com o outro, sem perder de vista quem somos.
Centro Universitário Una


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