Publicado neste mês no Journal of the American Geriatrics Society, o estudo acompanhou mais de 800 mil idosos por duas décadas e mostrou que a extração de catarata reduz em até 17% o risco de quedas, além de diminuir fraturas e hemorragias cerebrais. “Cuidar da visão é também cuidar da vida”, alerta o oftalmologista Dr. Halim Féres Neto.
Uma das cirurgias mais realizadas no mundo, a correção da catarata acaba de ter
mais um benefício comprovado: ela pode salvar vidas. Um estudo publicado em
março deste ano (2025) no Journal of the American Geriatrics Society
acompanhou mais de 840 mil idosos durante 20 anos e concluiu que a extração da
catarata está associada à redução de quedas, fraturas graves e hemorragias
cerebrais.
Entre
os principais achados da pesquisa:
- Redução de 17% no risco geral de quedas
- Quedas com fraturas no tornozelo: 9% a menos
- Menos 7% de fraturas de quadril e punho
- 11% menos casos de hemorragias intracranianas após a cirurgia
“O
risco de morte em um ano após uma fratura de fêmur pode chegar a 25% entre
idosos. Qualquer medida preventiva que reduza quedas tem impacto direto na
sobrevida e na autonomia dessas pessoas”, explica Dr. Halim Féres Neto,
oftalmologista, membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e diretor da
clínica Prisma Visão.
O
estudo também reforça que muitos pacientes chegam tarde para avaliação
oftalmológica. “Há idosos com visão muito comprometida por catarata que
simplesmente não percebem o grau de perda visual. E isso aumenta os riscos de
tropeços e acidentes”, diz o especialista.
A
catarata é uma opacificação do cristalino que afeta a maioria das pessoas após
os 60 anos. A cirurgia é rápida, segura e feita com anestesia local e pode
devolver em poucos dias uma visão mais clara, nítida e funcional.
“Cuidar
da visão não é apenas uma questão estética ou de conforto. É uma questão
de prevenção. É cuidar da qualidade e da duração da vida”, completa Dr. Halim.
A
dica de ouro do especialista é para que as pessoas levem seus pais ou avós ao
oftalmologista uma vez ao ano. Mesmo que eles não se queixem da visão, a
catarata evolui de forma lenta e silenciosa. Com diagnóstico precoce, a
cirurgia pode ser programada com tranquilidade, evitando quedas, fraturas e
internações desnecessárias.
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