segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Aleitamento materno exclusivo reduz em até 55% risco de infecções em bebês, mostra estudo de 2025

O leite materno fortalece o sistema imunológico, previne doenças respiratórias e gastrointestinais, além de criar um vínculo essencial entre mãe e filho

 

Em agosto, o mês é dedicado à conscientização sobre a importância do aleitamento materno, um verdadeiro escudo natural que protege os recém-nascidos contra uma vasta gama de doenças infecciosas, ao mesmo tempo em que fortalece, de forma abrangente, seu sistema imunológico desde os primeiros dias de vida. Conhecido como a “primeira vacina” da criança, o leite materno é capaz de fornecer proteção natural contra diversas doenças infecciosas, fortalecendo o sistema imunológico nos primeiros meses de vida. 

Segundo a infectologista pediátrica Dra. Carolina Brites, o leite materno é um alimento completo, rico em componentes fundamentais para a defesa do organismo do bebê. “Ele possui células vivas, proteínas, aminoácidos, enzimas, fatores de crescimento, vitaminas, minerais, anticorpos e ácidos graxos de cadeia longa. Essa combinação única fortalece a imunidade da criança e contribui para uma formação saudável desde os primeiros dias de vida”, explica. 

Além desses elementos, o alimento contém fatores bioativos, como a lipase, que auxilia na digestão das gorduras, e moléculas que impulsionam a maturação das células intestinais, contribuindo para a absorção de nutrientes e reduzindo o risco de infecções gastrointestinais. 

Uma pesquisa publicada em julho de 2025 pela American Academy of Pediatrics (AAP) mostrou que o aleitamento materno exclusivo pode reduzir em até 55% o risco de infecções respiratórias e gastrointestinais moderadas a graves em crianças, independentemente de fatores como idade materna, escolaridade e histórico de doenças na família. O estudo reforça que a amamentação exclusiva nos primeiros meses de vida oferece proteção significativa contra essas doenças. 

Mesmo quando a mãe está doente, a amamentação geralmente pode perdurar.

“Em muitos casos, a mãe transmite anticorpos protetores ao bebê durante esse período. Apenas situações específicas, como infecções transmissíveis pelo leite – HIV e HTLV, por exemplo –, exigem a suspensão da amamentação”, alerta a médica. 

A longo prazo, os benefícios são ainda maiores. O leite materno contribui para o desenvolvimento cognitivo, motor, social e de linguagem da criança, além de criar um vínculo afetivo essencial com a mãe.

“Durante a amamentação, o olhar, o toque e a conversa entre mãe e bebê já iniciam o processo de socialização da criança”, destaca a infectologista. 

Para garantir a qualidade imunológica do leite, é fundamental que a mãe mantenha hábitos saudáveis, com alimentação equilibrada, boa hidratação e prática de atividade física. 

“Amamentar é um ato de amor, de vínculo e, acima de tudo, de prevenção.

O leite materno não só nutre, como também protege o bebê de inúmeras doenças, trazendo benefícios duradouros para toda a vida”, conclui a Dra. Carolina Brites.

  


Carolina Brites - CRM-SP: 115624 - RQE: 122965 - concluiu sua graduação em Medicina na Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES) em 2004. Especializou-se em Pediatria pela Santa Casa de Santos entre 2005 e 2007, onde obteve o Título de Pediatria conferido pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Posteriormente, especializou-se em Infectologia infantil pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e completou uma pós-graduação em Neonatologia pelo IBCMED em 2020. Em 2021, concluiu o mestrado em Ciências Interdisciplinares em Saúde pela UNIFESP. Atualmente, é professora de Pediatria na UNAERP em Guarujá e na Universidade São Judas em Cubatão. Trabalha em serviço público de saúde na CCDI – SAE Santos e no Hospital Regional de Itanhaém. Além disso, mantém um consultório particular e assiste em sala de parto na Santa Casa de Misericórdia de Santos. Ministra aulas nas instituições de ensino onde é professora.


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