Especialista
do Hospital Mater Dei Goiânia explica sintomas de alerta e o papel do
bucomaxilofacial na campanha Julho Verde
Câncer de cabeça e pescoço pode apresentar sinais
como feridas na boca e nódulos no pescoço
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Feridas persistentes na boca, manchas esbranquiçadas ou
avermelhadas, nódulos no pescoço e dificuldade para mastigar ou engolir são
sinais que, muitas vezes, passam despercebidos. Mas, em alguns casos, podem
indicar o início de um câncer de cabeça e pescoço, que ocupa hoje a quinta
posição entre os mais incidentes no Brasil, de acordo com a Sociedade
Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP).
Em meio à campanha Julho Verde, realizada pela SBCCP, que
busca alertar a população sobre a importância da prevenção, diagnóstico precoce
e tratamento adequado do câncer de cabeça e pescoço – que afeta áreas como
boca, garganta, laringe, faringe, tireóide, glândulas salivares e região
sinonasal – é importante destacar o papel relevante do cirurgião
bucomaxilofacial neste processo.
No Hospital Mater Dei Goiânia, essa atuação começa desde o
primeiro sinal de alerta: “O cirurgião-dentista tem papel essencial na
identificação precoce de lesões suspeitas na cavidade oral, maxilares e
estruturas adjacentes”, explica o bucomaxilofacial Leonardo Andrade. “Também
realizamos biópsias, exames clínicos e atuamos diretamente nas reconstruções
cirúrgicas, quando necessário.”
O que observar e quando procurar o especialista
O termo "câncer de cabeça e pescoço" engloba
diversos tipos de tumores malignos que atingem estruturas como cavidade oral,
língua, gengiva, amígdalas, mandíbula, laringe, glândulas salivares, seios
paranasais, tireoide e pele da face. Segundo dados do Instituto Nacional de
Câncer (Inca), cerca de 80% dos casos diagnosticados no Brasil entre 2000 e
2017 foram identificados já em estágio avançado. O estudo também apontou uma
relação direta entre o grau de escolaridade e o tempo de detecção, o que destaca
a necessidade de ampliar o acesso à informação.
Entre os sintomas que devem motivar a busca por uma
avaliação médica estão feridas na boca que não cicatrizam após 15 dias, manchas
de coloração incomum, nódulos ou inchaços na região da mandíbula, sangramentos
espontâneos, dor persistente no pescoço ou mandíbula, rouquidão sem causa
definida e mobilidade dentária sem motivo gengival aparente. “Também é
importante estar atento a qualquer dificuldade para abrir a boca, mastigar ou
engolir”, afirma o bucomaxilofacial Leonardo Andrade.
No Hospital Mater Dei Goiânia, a equipe de bucomaxilofacial
atua de forma integrada com cirurgiões de cabeça e pescoço, estomatologistas,
cirurgiões plásticos e outros profissionais. O objetivo é acompanhar o paciente
em todas as fases do tratamento, desde o diagnóstico até a reabilitação
funcional e estética. “A atuação multiprofissional garante um cuidado mais
completo e centrado na qualidade de vida do paciente”, explica o cirurgião.
Além do suporte especializado, a prevenção continua sendo a
principal estratégia. Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool,
manter a higiene bucal em dia, usar protetor solar nos lábios e visitar
regularmente o dentista são hábitos que ajudam a reduzir o risco de desenvolver
tumores na região. “É importante que a população incorpore o autoexame na
rotina e não adie a procura por atendimento quando houver qualquer alteração”,
esclarece o bucomaxilo.
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