Para a neuropedagoga
Mara Duarte, o PEI deve ser construído com base em evidências, colaboração
pedagógica e foco real nas necessidades do aluno com deficiência ou transtorno
do neurodesenvolvimento
Previsto em legislações como a Lei Brasileira de
Inclusão (LBI), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e as Diretrizes
Operacionais do Ministério da Educação, o Plano Educacional Individualizado
(PEI) é uma exigência legal pouco compreendida e ainda tratada com caráter
burocrático por parte de muitas escolas brasileiras.
Para a neuropedagoga Mara Duarte, gestora da Rhema Neuroeducação, essa abordagem precisa ser
urgentemente revista. “O PEI não é um formulário, mas um instrumento vivo que
garante o direito de aprender de forma personalizada. Quando bem elaborado, ele
transforma a experiência escolar dos alunos neurodivergentes”, afirma.
O PEI deve conter metas claras, estratégias
específicas e formas de avaliação contínua, adaptadas às necessidades reais de
cada estudante com deficiência ou transtorno do neurodesenvolvimento, como o
Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o Transtorno de Déficit de Atenção com
Hiperatividade (TDAH). “Cada criança tem seu ritmo, suas habilidades e suas
dificuldades. O plano educacional precisa refletir isso, promovendo
acessibilidade pedagógica e autonomia”, explica Mara.
Dados do IBGE mostram que mais de 18 milhões de
brasileiros têm algum tipo de transtorno. Embora o número exato de alunos que
necessitam de PEI não seja sistematizado, o crescimento de diagnósticos,
especialmente de autismo e TDAH, pressiona as redes públicas e privadas a
implementarem estratégias efetivas de inclusão, conforme previsto nas
normativas nacionais.
Para Mara Duarte, o sucesso do PEI depende da
construção colaborativa entre professores da sala regular, profissionais do
Atendimento Educacional Especializado (AEE), terapeutas e, principalmente, a
família. “É essa integração que garante um planejamento coerente e baseado em
evidências. O plano não pode ser feito isoladamente, ele deve traduzir o
cotidiano da criança, tanto na escola quanto fora dela”, destaca.
A especialista também defende o uso de recursos da
Análise do Comportamento Aplicada (ABA) na elaboração dos PEIs, especialmente
para alunos com TEA. Segundo ela, essa abordagem contribui para o
estabelecimento de metas mensuráveis e intervenções que respeitam o desenvolvimento
individual. “A ABA permite que o professor acompanhe com clareza o progresso da
criança, ao mesmo tempo em que cria estratégias para o desenvolvimento de
habilidades acadêmicas, sociais e funcionais”, observa.
Na prática, um PEI eficiente deve incluir pistas
visuais, comunicação alternativa, apoio comportamental, flexibilização de
prazos e metas de curto, médio e longo prazo. “Mas não basta ter esses
elementos. É preciso que o plano seja revisado periodicamente e esteja alinhado
com os objetivos reais do estudante. Ele deve ser adaptável, sensível às
mudanças e útil como ferramenta de ensino”, reforça Mara
Segundo a neuropedagoga, a adoção de PEIs bem
estruturados não apenas melhora o desempenho escolar, mas também reduz os
índices de evasão e sofrimento emocional entre alunos com necessidades
específicas. “Quando o aluno se vê compreendido e desafiado na medida certa,
ele se engaja. E isso muda tudo: o comportamento, a autoestima e o
aprendizado”, conclui.
Diante da complexidade e da importância do PEI,
Mara defende que a formação continuada dos educadores seja prioridade nas redes
de ensino. “Não é razoável esperar inclusão sem fornecer aos professores
ferramentas práticas, conhecimento técnico e respaldo institucional. O PEI é o
que transforma um discurso inclusivo em ação concreta”, finaliza.
Mara Duarte da Costa - neuropedagoga, psicopedagoga, diretora pedagógica da Rhema Neuroeducação. Além disso, atua como mentora, empresária, diretora geral da Fatec e diretora pedagógica e executiva do Rhema Neuroeducação. As instituições já formaram mais de 80 mil alunos de pós-graduação, capacitação on-line e graduação em todo o Brasil. Para mais informações, acesse instagram.com/maraduartedacosta.
Rhema Neuroeducação
https://rhemaneuroeducacao.com.br/
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