Dor crônica,
insônia e falta de ar podem ser manifestações emocionais encobertas por
diagnósticos vagos ou silenciadas por tratamentos paliativos, aponta estudo do
IBFT
Dor de cabeça recorrente, tensão muscular, sensação
de sufocamento, exaustão sem causa aparente. Para muitas pessoas, esses
sintomas são enfrentados com analgésicos, repouso ou exames que não revelam
alterações. A ausência de explicações médicas claras, no entanto, não significa
ausência de causas.
De acordo com o psicólogo Jair Soares dos Santos,
fundador do Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT) e doutorando em Psicologia pela Universidade
de Flores, na Argentina, os sintomas físicos persistentes podem ser a forma que
o corpo encontra para expressar dores emocionais ignoradas.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde
(OMS), até 30% das consultas em atenção primária envolvem queixas físicas sem
causa médica identificável. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Clínica Médica
aponta que a cefaleia, dores nas costas e distúrbios do sono estão entre os
principais motivos de busca por atendimento, mas, em parte dos casos, os exames
não apontam alterações.
Entre os sintomas mais recorrentes observados na
prática clínica estão enxaquecas persistentes, distúrbios gastrointestinais,
insônia, palpitações e crises respiratórias. “Esses quadros podem desaparecer
quando a pessoa consegue acessar a memória emocional associada, compreender sua
origem e reorganizar a forma como o sistema nervoso responde a essa lembrança”,
explica o psicólogo.
Essa lacuna diagnóstica abre espaço para uma
compreensão mais ampla: o corpo como mensageiro de experiências emocionais não
processadas.“Todo sintoma tem uma lógica. Quando a mente não consegue elaborar
uma experiência, o corpo tenta traduzir o que ficou preso emocionalmente”,
afirma o pesquisador. Ele é o criador da Terapia de Reprocessamento Generativo
(TRG), abordagem que vem sendo utilizada por terapeutas em mais de dez países
para acessar memórias emocionais que, segundo Soares, sustentam sintomas
físicos crônicos e sem diagnóstico objetivo.
A proposta do método é acessar de forma segura os
registros emocionais que permanecem ativos no inconsciente. De acordo com
Soares, “não se trata de ressignificar o passado, mas de reprocessar as
experiências que moldaram a forma como o corpo responde à vida. A lembrança
continua existindo, mas o impacto deixa de ser somatizado”. A pesquisadora do
IBFT Juliana Bezerra Lima Verde e doutoranda em Psicologia na
Universidade de Ciências Empresariais e Sociais (UCES), na Argentina, reforça
que muitos sintomas classificados como psicossomáticos são, na verdade,
manifestações legítimas de um sofrimento ignorado. “O corpo não mente. Quando
ele fala de forma repetitiva, está pedindo escuta, não apenas sedação”, afirma.
O reconhecimento da lógica emocional por trás dos
sintomas não invalida a medicina tradicional, mas amplia o campo de atuação no
cuidado à saúde. “Não é um ou outro. É somar perspectivas. Um corpo que dói sem
causa orgânica detectável está, muitas vezes, apenas cumprindo seu papel:
alertar para algo interno que não foi olhado”, diz Jair Soares.
Jair Soares dos Santos - psicólogo, terapeuta, hipnólogo, pesquisador e professor, além de ser o fundador do Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT). Criador da Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG), sua trajetória é marcada por desafios pessoais que o motivaram a buscar soluções eficazes para o sofrimento emocional. Após enfrentar episódios de depressão e insatisfação com abordagens terapêuticas tradicionais, Jair dedicou-se ao desenvolvimento de uma metodologia que pudesse proporcionar alívio real e duradouro aos pacientes. Sua formação inclui graduação em Psicologia pela Faculdade Integrada do Recife e especializações em áreas como hipnoterapia e análise comportamental. Atualmente é doutorando em Psicologia pela Universidade de Flores (UFLO) na Argentina, onde desenvolve uma pesquisa com a TRG em pessoas com depressão e ansiedade, alcançando resultados promissores com a remissão dos sintomas nestes participantes. Há mais dois doutorados com a TRG a serem desenvolvidos neste momento.
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