Certamente, a vontade de ficar sem celular para sempre, já deve ter passado pela cabeça de muitas pessoas que se sentem exaustas mentalmente.
Não raro, o dia
mal começou e já são dezenas de mensagens, notificações, ligações, áudios,
entre outros estímulos que aceleram a mente e acionam um alerta para os
impactos dessa conectividade intensa.
Segundo a psicanalista Andrea Ladislau, a constância no uso de dispositivos eletrônicos é uma das causas, conforme pesquisas recentes, do adoecimento mental de milhares de pessoas, de todas as idades. Insônia, ansiedade, depressão, isolamento social, estresse crônico, são alguns dos efeitos colaterais da hiperconectividade.
"Além disso,
nota-se a diminuição do foco, o desconforto da necessidade de comparação e o
desejo de perfeição, e ainda o ritmo acelerado provocado pelo alto índice de
informações, despejadas a cada segundo nas redes", explica Andrea.
O consumo digital
excessivo, impacta negativamente na saúde mental e pode provocar gatilhos que
geram problemas de autoimagem, diminuição da autoestima, menor interação
presencial com as pessoas, estimulação da fobia social, maior exposição a Fake
News e Cyberbullying, alterações do sistema mental de recompensas, entre vários
outros prejuízos.
"E os sinais
de alertas são bem evidentes: fobias e ansiedade por não estar conectado
(Nomofobia); esgotamento e exaustão mental sem motivo aparente; alterações de
humor e de sono; falta de rotina e planejamento do tempo; dificuldade de
concentração em atividades cotidianas e pouca ou nenhuma, priorização das
necessidades básicas diárias (comer, dormir, tomar banho...). Por isso, limitar
o tempo de uso do celular e das redes sociais é fundamental para introduzir o
hábito do Detox Digital. Pausas estratégicas e orquestradas para evitar esses
sintomas indesejáveis, através de uma mudança comportamental, independente, da
idade. Do contrário, o estímulo à doenças físicas e emocionais será inevitável,
já que se não tratadas a tempo, podem ser irreversíveis", explica Andrea.
A especialista
complementa que fazer pausas constantes e periódicas do celular e das redes, é
uma das medidas mais assertivas e que traz resultados rápidos, diminuindo a
ansiedade digital e a depressão.
"As pausas
são necessárias e não precisam ser tão radicais, podendo ser iniciadas aos
poucos, dando pequenos passos em prol do bem estar. Os momentos off line ajudam
a desacelerar e podem ser acionados por ações simples, como: celular no modo
“não perturbe” nos momentos de necessidade de concentração e foco; desconexão
no período noturno, nos fins de semana e em momentos de lazer; priorização do
descanso e da interação social e familiar; substituição das telas por leitura,
exercícios físicos e pelo contato com a natureza", explica.
Andrea finaliza
lembrando que a regra é desconectar para conectar. Desligar-se diminui e evita
a dependência provocada pelas alterações cerebrais impulsionadas pelo uso das
telas, o que impacta, negativamente, no bem estar físico e psicológico.
"Substituir
as telas por um livro físico, uma boa conversa com amigos, saborear e degustar
um alimento, apreciando cada nota de sabor, ouvir uma música relaxante ou
deitar e descansar sem pensar em nada, são dicas que podem facilitar o
equilíbrio mental", finaliza.
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