Em um país com enorme dimensão continental, o setor de logística é um dos mais fundamentais para estruturar o comércio nacional e promover seu desenvolvimento contínuo. Para atender essa alta demanda com êxito, a tecnologia já se consolidou como uma aliada indispensável, capaz de promover uma maior eficiência nas atividades mercadológicas de maneira mais otimizada e, ainda, ecologicamente responsável, através de práticas não agressivas ao meio-ambiente.
Segundo dados da própria Associação Brasileira de
Operadores Logísticos (ABOL) divulgados em 2023, a receita bruta operacional do
setor é de R$ 192 bilhões, representando cerca de 2% do PIB brasileiro – além
de ser responsável por 2,3 milhões de empregos diretos e indiretos. Sua alta
demanda está diretamente relacionada à crescente competitividade do mercado, a
qual exige das empresas um investimento contínuo na excelência com base na
agilidade e qualidade no atendimento a seus consumidores.
Até 2029, a expectativa é de que este mercado
atinja a receita de US$ 129,3 bilhões de acordo com outra pesquisa da Mordor
Intelligence, em um desenvolvimento contínuo que só está sendo viabilizado
graças aos avanços tecnológicos. Isso porque, para que acompanhem os desafios e
necessidades do setor, a tecnologia se mostrou como uma estratégia vital para
trazer uma maior segurança nestes transportes, de forma que tenham um
planejamento mais assertivo em todas as etapas de sua cadeia.
Com isso, além de otimizarem as entregas reduzindo
as chances de desperdícios e erros logísticos, também podem incorporar práticas
ESG que contribuam para impulsionar processos logísticos que possam minimizar
impactos ambientais e melhorar a governança, promovendo, com isso, uma gestão
mais eficiente e responsável dos recursos e insumos envolvidos.
O Brasil possui um território extenso que tem como
principal modal o baseado em transporte terrestre. A frota atual acaba sendo
grande emissora de CO2. Além de aumentar investimentos em outros modais mais
eficientes e com menor emissões mais poluentes, o setor precisa buscar inovação
para priorizar veículos que possam reduzir essas emissões.
Dentre as soluções que estão conduzindo este setor
para o que já está sendo aclamado como Logística 5.0, a robótica é uma das que
mais se destaca. Muitos robôs já estão fortemente presentes em centros de
distribuição auxiliando a realizar tarefas repetitivas como coleta, embalagem e
separação de mercadorias – em uma tendência motivada pela escassez de mão de
obra qualificada. Máquinas cada vez mais precisas deverão ganhar ainda mais
força neste mercado, altamente capazes de mitigar erros e reduzir custos
operacionais.
A inteligência artificial e o Big Data também não
poderiam ficar de fora dessa lista. Em 2023, segundo dados publicados no
relatório “The State of AI in Logistics 2023”, os investimentos em IA neste
setor no Brasil cresceram 46% em comparação ao ano anterior, o correspondente a
US$ 1,9 bilhão. Juntas, essas tecnologias conseguem prever demandas, ajustar
estoques em tempo real e melhorar todo o planejamento logístico, fornecendo
análises preditivas pautadas em dados confiáveis que tragam insights
para aperfeiçoamentos constantes.
Por fim, a digitalização e automação avançada
também são tendências que devem permanecer no radar deste setor, tornando os
centros de distribuição e armazéns mais responsivos, resilientes e confiáveis.
Com esses recursos, é possível integrar sistemas com maior precisão, obtendo
maior segurança no rastreio de mercadorias, mantendo uma comunicação em tempo
real e, ainda, resguardando todas essas informações em nuvem, minimizando
chances de perdas ou roubos desses ativos.
Essas são apenas algumas das tecnologias que estão
transformando o setor de logística, o tornando mais eficiente e sustentável
para atender as demandas deste mercado sem prejuízo ao meio ambiente. Essa abordagem
já se mostrou de extrema importância para fomentar, cada vez mais, um
desempenho produtivo para a conquista de resultados cada vez melhores,
acompanhando as tendências do segmento rumo a uma prosperidade e destaque competitivos.
André Nadjarian - vice-presidente da Engine, consultoria pioneira em soluções SAP.
Engine
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