
Crédito: Leekyung Kim
Estrelado
por Cléo De Páris e Alexandre Galindo, espetáculo propõe uma reflexão
sobre o luto a partir da história de um casal que se reencontra dez anos depois
da morte de seu filho
Montada em 30 países, a premiada peça Veneno (GIF, em holandês), da dramaturga, escritora e roteirista holandesa Lot Vekemans, acaba de ganhar uma versão inédita dirigida por Eric Lenate e protagonizada por Cléo De Páris e Alexandre Galindo. O espetáculo tem sua temporada de estreia no Teatro Estúdio, de 28 de abril a 28 de maio, com sessões de segunda a quarta, às 20h30.
Considerada uma das autoras mais
consagradas da Holanda, Lot Vekemans escreve para o teatro desde 1995 e já recebeu
diversos reconhecimentos por seus trabalhos, como os Prêmios Van Der Vies por
"Truckstop" (2005) e "Schwester von" (2005); Taalunie
Toneelschrijftprijs por "Veneno" (2010); e Ludwig-Mühlheim por
sua dramaturgia (2016). “Veneno” também ganhou, em 2024, uma adaptação para as
telonas, em um filme homônimo dirigido pela alemã Désirée Nosbusch e estrelado
por Tim Roth and Trine Dyrholm.
Na trama da peça, um casal separado
volta a se encontrar em um cemitério, dez anos depois da morte de seu filho.
Eles receberam uma carta que anuncia que será preciso remover seu ente querido,
ali enterrado, devido a uma contaminação de veneno no solo. Passado e presente
se embaraçam num diálogo entre os personagens na busca pela possibilidade de
ressignificar uma dor dilacerante.
O texto questiona: “Qual o tempo para
se elaborar um luto?”. É possível perceber nessa trama que essa resposta não
existe, os personagens evidenciam os caminhos traçados por cada um para
transpor esse abismo onde não há certo ou errado. As singularidades de cada um
se escancaram nos questionamentos, confissões, nas memórias das mais ternas as
mais impiedosas. A peça é sobre a reconciliação de um homem e uma mulher após a
morte de seu filho.
Vekemans despeja essa tragédia
universal em um cenário compacto e cristalino: dois ex-amantes choram a morte
de seu filho, mas cada um o faz de uma maneira diferente. Ela sente falta dele,
ele pensa nele todos os dias. Ele aceitou, ela abraçou sua dor e sente que tem
todo o direito de fazê-lo.
Segundo o diretor Eric Lenate, embora a
autora enfatize firmemente essas diferenças mútuas, ela toma cuidado para não
tornar seus personagens muito nítidos ou diretos. “Suas emoções são expressas
de forma confusa e contraditória, ambos são tão simpáticos quanto cruéis. Dessa
forma, a dramaturga também descasca todas as camadas que estão abaixo da
superfície do luto: desilusão, reprovação, arrependimento. Ela cria pessoas
complexas de carne e osso, pelas quais você sente alternadamente compreensão e
aversão, e que são, portanto, um grande desafio para os atores retratarem”,
revela.
“O apelo universal de VENENO não está
apenas no que Vekemans escreveu, mas também em tudo o que ela conscientemente
omitiu. Assim se desenrola um estudo meticuloso sobre perda e luto, por meio de
duas pessoas que, em seu luto mútuo, tentam se abraçar mais uma vez, só por um
momento, acrescenta.
VENENO alterna com muita precisão
grandes emoções com conversas sóbrias e relativizadoras, para que o drama nunca
se torne muito pesado. Entre confissões de cortar a garganta e repreensões
incisivas, os personagens também falam sobre o clima ou a qualidade do
café.
“Ao injetar conscientemente ar e humor
no diálogo, ela habilmente evita o melodrama que, inevitavelmente, espreita
neste tema pesado. O efeito é que os momentos emocionais só nos atingem com
mais força”, explica o encenador.
Ficha Técnica
Texto: Lot Vekemans
Tradução: Mariângela Guimarães
Direção: Eric Lenate
Elenco: Cléo De Páris e Alexandre
Galindo
Figurinos: Fabiano Menna
Cenário, Som, Iluminação e Programação
Visual: Eric Lenate
Direção de Produção: Alexandre Galindo
Produção Executiva: Lucas Asseituno
Assessoria de Imprensa: Helô Cintra e
Douglas Picchetti (Pombo Correio)
Fotos: Leekyung Kim
Realização: Teatro Estúdio
Sinopse
Uma
carta anuncia que o filho de um casal precisará ser removido do cemitério onde
fora enterrado, pois há veneno naquele solo. Um encontro entre esse casal, dez
anos depois, escancara as dores de um luto ainda presente. O maravilhoso
diálogo entrelaça o sofrimento de duas pessoas que perderam um filho, a si
mesmas e uma a outra. Além de tocante e pungente, o espetáculo proporciona que
momentos cômicos brilhem até mesmo nas tragédias mais profundas.
Serviço
Veneno,
de Lot Vekemans
Temporada:
28 de abril a 28 de maio, de segunda a
quarta, às 20h30
Teatro
Estúdio - Rua Conselheiro Nébias, 891 – Campos
Elíseos – São Paulo - SP
Ingressos: R$80 (inteira), R$40 (meia-entrada) e R$30 (ingressos
populares)
Vendas
online em https://bileto.sympla.com.br/event/104665
Bilheteria: aberta em dias de espetáculos, 03 horas antes do início
Telefone:
(21) 99690-9699
Duração: 90 minutos
Classificação:
14 anos
Gênero:
Drama
Lotação:
112 lugares
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