No Dia Mundial da
Hemofilia, 17 de abril, a atenção se volta para essa doença genética rara que
afeta a coagulação sanguínea. A hemofilia A atinge 1 a cada 5 mil homens,
enquanto a hemofilia B afeta 1 a cada 30 mil. Ambas as formas da doença têm
grande impacto na vida dos pacientes e existem estratégias para pessoas com
histórico familiar ou pessoal que desejam planejamento familiar
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Existem duas formas principais de hemofilia: a
hemofilia A, caracterizada pela deficiência ou ausência do fator VIII de
coagulação, afetando 1 a cada 5 mil homens e a hemofilia B, que ocorre devido à
falta ou redução do fator IX, atingindo 1 a cada 30 mil homens (1).
"A hemofilia A resulta de variantes patogênicas no gene F8, enquanto a
hemofilia B decorre de alterações no gene F9", explica Susana Joya,
bióloga geneticista e assessora científica do Igenomix Brasil.
A hemofilia se manifesta de formas diferentes. Os
pacientes com a forma A tendem a ter uma condição mais estável ao longo da
vida, enquanto aqueles com a hemofilia B enfrentam uma maior gravidade dos
sintomas na infância, com um possível alívio após a puberdade. Os principais
sintomas são sangramentos prolongados, manchas roxas ou equimoses na pele,
hematomas musculares, hemartroses (sangramentos nas articulações), dor e
inchaço nas articulações ou nos músculos e perda da mobilidade do membro
acometido. "É importante ressaltar que, sem um tratamento adequado, a
condição pode levar a complicações graves, como sangramentos internos em órgãos
vitais e articulações. Isso pode gerar sequelas físicas, como dor crônica e
limitações nos movimentos", destaca Susana.
A hemofilia é determinada por um padrão de herança
genética específico. Se uma mulher for portadora de uma variante patogênica no
gene ligado ao cromossomo X, existe uma probabilidade de 50% de seus
descendentes herdarem a variante genética causadora da condição. Para os
meninos, a probabilidade de serem afetados é de 25%. "O aconselhamento
genético é fundamental para que as famílias compreendam os riscos de
transmissão da condição e as possibilidades de prevenção", afirma a
especialista.
Com o aconselhamento genético, é possível
tomar decisões informadas sobre o planejamento familiar e uma delas é o
Teste Genético Pré-Implantacional para Doenças Monogênicas (PGT-M). Esse exame
permite que os embriões gerados em um tratamento de Fertilização In Vitro (FIV)
sejam analisados antes da transferência ao útero materno,selecionando aqueles
que não apresentam a variante genética hereditária em questão. "Assim como
outras doenças genéticas causadas por uma alteração em um único gene, a
hemofilia pode ser, em muitos casos, evitada antes da gravidez se o paciente
com histórico assim o deseja. Para isso, é essencial que o casal passe por um
aconselhamento genético, no qual um geneticista irá avaliar o histórico
familiar e realizar exames genéticos para determinar a viabilidade da
prevenção. Após esse processo, é possível realizar a sonda familiar e, se
necessário, o tratamento de Fertilização in Vitro (FIV) com análise genética dos
embriões por meio do PGT-M", explica Susana.
No que diz respeito ao tratamento da hemofilia, os
avanços são notáveis. A terapia de reposição dos fatores de coagulação, que
envolve a administração do fator VIII ou IX, é a forma mais comum de controle
da doença. Terapias gênicas estão sendo desenvolvidas e têm o potencial de
transformar o tratamento, oferecendo uma solução mais duradoura e eficaz para
os pacientes. "A terapia gênica está em constante evolução e pode, no
futuro, proporcionar uma cura definitiva para a hemofilia, transformando a vida
dos pacientes", finaliza a especialista.
Referência bibliográfica
1 - Berni M, Forlino A, Caliogna L, De Felice L, Di Minno MND, Jannelli E, Mosconi M, Tonelli F, Torriani C, Pasta G. Bone and Hemophilia: The Role of Factor VIII-Systematic Review. Int J Mol Sci. 2025 Feb 28;26(5):2172.
Sobre o Igenomix – O Igenomix é um laboratório de biotecnologia que ajuda no sucesso dos tratamentos de Reprodução Assistida, diagnóstico e prevenção de Doenças Genéticas parte do Vitrolife Group. Juntamente com clínicas e médicos em todo o mundo, investiga como a medicina de precisão, por meio da genômica, pode salvar vidas. Atuante em mais de 80 países, conta com 20 laboratórios genéticos. Com mais de 500 publicações científicas e seis patentes, é um importante produtor de ciência em saúde reprodutiva e genética.
Sobre o Vitrolife Group – Vitrolife Group é um fornecedor global líder mundial de dispositivos médicos e serviços de testes genéticos. Atua no mercado de saúde reprodutiva desde 1994, e em 2021, adquiriu o Igenomix, com o objetivo de apoiar clientes e pacientes em todo o mundo para melhorar os resultados reprodutivos.
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