Em uma era de intensa conexão digital, mergulhar em livros surge como um refúgio essencial para a saúde mental e emocional, aponta a escritora, psicóloga e professora doutora, Carina Alves
Em um tempo cheio de luzes e telas, ler se torna como um amigo forte para a
mente. Quase no Dia do Livro, dia 23 de abril, a doutora em educação e
psicologia afirma que ler é mais que aprender, é quase um remédio.
"Vivemos tempos de excesso — de estímulos, de telas, de velocidade. Como
psicóloga, doutora em educação, escritora e leitora, observo de perto os
efeitos dessa transição digital na saúde mental das pessoas, especialmente em
crianças e adolescentes", afirma a especialista Carina Alves.
De acordo com ela, estudos confirmam o que profissionais observam: ficar muito
tempo diante das telas faz mal, prejudica a atenção, a imaginação, a
criatividade e impede as pessoas de ter relacionamentos no momento presente,
olho no olho.
Nesse mundo conectado, ler é cuidar de si. Estudos mostram que ler reduz o
estresse em 68%, relaxa a mente ao navegar por outras histórias, e ajuda a
evitar a tristeza e o medo.
"Ler é um ato que desacelera, organiza o pensamento, promove empatia e
amplia horizontes. Não é à toa que muitos estudos apontam a leitura como uma
prática que contribui para a saúde mental — ela acessa camadas psíquicas
profundas, abrindo espaço para o autoconhecimento e a ressignificação das
emoções", destaca Carina.
Para a especialista, a experiência da leitura oferece um contraste importante
com o consumo de conteúdo digital: enquanto as redes sociais frequentemente
promovem comparações e ansiedade, os livros convidam ao mergulho interior, à
reflexão e ao desenvolvimento da empatia ao nos colocar no lugar de diferentes
personagens e perspectivas.
O poder transformador da literatura não se limita apenas a quem lê. Como
criadora de conteúdo literário, Carina também encontra na escrita um caminho
para o autoconhecimento. "Como escritora, experimento isso em outro lugar:
o da criação. Escrever é minha forma de elaborar o mundo e também de
cuidar", compartilha.
Ela também destaca a importância de democratizar o acesso aos livros como forma
de promover saúde mental coletiva: "Por isso, nos meus projetos — como o
Literatura Acessível e a coletânea científica Caminhos Possíveis para Incluir —
insisto em levar livros para onde o silêncio grita mais alto. Porque acredito
que a leitura pode transformar realidades, costurar rupturas internas e
devolver sentido ao cotidiano.”
Neste Dia do Livro, fica um lembrete importante: não importa quem você seja,
homem ou mulher, adulto ou criança… Mergulhar em uma leitura pode ser o início
de uma grande aventura para se entender melhor e cuidar das emoções. Em meio à
correria do dia a dia, um dos maiores presentes que podemos nos oferecer é, sem
dúvida, um momento tranquilo com um bom livro.
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