quinta-feira, 10 de abril de 2025

A comida que você coloca no prato pode ser sua cura ou sua ruína na menopausa

Pesquisadora explica como a alimentação tem um impacto direto na produção de neurotransmissores e hormônios


 Se você acha que a menopausa é só sobre ondas de calor, é melhor se sentar, respirar fundo e repensar suas escolhas. Essa fase pode ser um divisor de águas entre um futuro vibrante e uma vida dominada por fadiga, insônia, depressão e doenças crônicas. E não, não há fórmula mágica, chá milagroso ou suplemento da moda que resolva. O que realmente impacta sua saúde nessa fase? O que você come. Simples assim.

Lisa Mosconi, neurocientista e autora de “O Cérebro e a Menopausa”, é categórica: “a alimentação não é apenas coadjuvante, mas protagonista no bem-estar feminino”. Seu estudo comprova que dietas ricas em gorduras ruins e açúcares refinados intensificam inflamações cerebrais e aceleram o declínio cognitivo. Enquanto isso, padrões alimentares equilibrados reduzem em até 50% o risco de desenvolver Alzheimer e outras condições neurológicas que começam a dar as caras justamente nessa fase. 

“O metabolismo feminino despenca na menopausa e a alimentação tem um impacto direto na produção de neurotransmissores e hormônios. Comer errado não só piora os sintomas, como pode antecipar o declínio da saúde física e mental. Mas a boa notícia é que dá para reverter o jogo e sem radicalismos”, afirma a pesquisadora e ginecologista Fabiane Berta.

De acordo com a médica, as ondas de calor, suores noturnos e secura vaginal são apenas a ponta do iceberg. “O cérebro, o coração, os ossos, o metabolismo, tudo sofre um impacto direto da queda dos hormônios. E a solução não está em modismos, mas no que você coloca no prato todos os dias”. 

Por isso, a pesquisadora dá dicas de quais alimentos devem ser priorizados todos os dias para melhorar os sintomas:

  1. A soja e a linhaça, ricas em fitoestrogênios, ajudam a equilibrar os níveis hormonais e a reduzir os fogachos. 
  2. O chá de sálvia, consumido diariamente, pode diminuir em até 64% a frequência e intensidade dos suores noturnos. 
  3. A fadiga e a falta de energia podem ser amenizadas com proteínas magras, como ovos, peixes e frango, que mantêm a massa muscular e evitam a sensação de cansaço extremo. 
  4. Bananas e cacau, ricos em triptofano, regulam o humor e fornecem energia natural. Mas não é só isso. 
  5. Peixes gordurosos como salmão, sardinha e atum são fontes de ômega-3 e essenciais para a saúde cerebral e o controle do estresse, enquanto nozes, castanhas e abacate, ricos em magnésio, atuam como calmantes naturais e melhoram a qualidade do sono.
  6. Folhas verdes como espinafre, couve e rúcula são fundamentais para equilibrar hormônios e melhorar a digestão. 
  7. O vinagre de maçã, tomado antes das refeições, ajuda na regulação da insulina e na redução da gordura abdominal. 
  8. Já o cálcio, essencial para os ossos, não precisa vir apenas dos laticínios. Gergelim, amêndoas e chia são fontes riquíssimas desse mineral e não têm os efeitos inflamatórios dos derivados do leite. 
  9. Sardinha e salmão com espinhas são ainda melhores, já que oferecem cálcio biodisponível e vitamina D, indispensáveis para a densidade óssea. 
  10. E se a memória parece falhar, é hora de apostar em azeite de oliva extravirgem, que protege o cérebro contra o envelhecimento precoce, e frutas vermelhas como morango, mirtilo e amora, que aumentam a capacidade cognitiva.

Segundo a ginecologista, se há alimentos que ajudam, há também os que destroem: 

  1. Açúcares refinados intensificam inflamações e pioram os sintomas. 
  2. Carboidratos ultraprocessados, como pães brancos e biscoitos, bagunçam a insulina e favorecem o ganho de peso. 
  3. Cafeína e álcool, se consumidos em excesso, potencializam as ondas de calor e prejudicam o sono. 

“O que você come tem um impacto direto na sua menopausa, porém, aqui vem um alerta essencial, a alimentação por si só não resolve tudo. Ela é uma peça fundamental, mas não substitui uma abordagem médica completa e a terapia hormonal quando bem prescrita. Consultar um especialista é indispensável para entender quais são as melhores opções de tratamento para cada caso, incluindo a possibilidade da terapia hormonal, que pode ser essencial para muitas mulheres”, finaliza Berta.

 

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