terça-feira, 18 de março de 2025

Soft skills: como o C-Level pode estimulá-las?

Muitas empresas contratam pelas hard skills, mas demitem pelas soft skills. Essa é uma frase antiga, mas continua atual, reforçando a igual importância das habilidades comportamentais quando comparadas às técnicas em um processo de recrutamento e no cumprimento das responsabilidades profissionais. Quanto ao desenvolvimento dessa competência, contudo, vale o questionamento: de quem é a responsabilidade de fomentá-la? Dos líderes corporativos que contemplam os C-Levels, ou dos próprios profissionais?

Em um estudo publicado pela Gartner em 2023, 80% dos líderes de RH afirmaram que as soft skills são mais importantes que as hard skills para o sucesso de um profissional – valorizadas por proporcionarem uma maior capacidade de analisar informações e tomar decisões complexas, encontrar soluções criativas e aprimorar a comunicação interna e externa, com máxima clareza e precisão.

No dia a dia corporativo, essas habilidades se refletem no modo pelo qual os profissionais lidam ou reagem com determinada situação, e em como tomarão a melhor decisão com base no problema apresentado. Além disso, é observada a entrega em suas rotinas e responsabilidades, seja de maneira mais emocional ou racional, se prefere agir com base em mais ou menos informações colhidas a respeito de algo, e como tomará as atitudes necessárias para qualquer demanda ou resolução.

Toda cultura, ambiente em que cresce e a forma de enxergar o mundo moldam e refletem nessa habilidade comportamental, influenciando na forma pela qual cada um de nós irá agir em determinados cenários rotineiros do mercado. E, por mais que haja, de certa forma, responsabilidades por parte do empregador em criar um espaço propício de fomento a este desenvolvimento, os profissionais é quem devem ser os maiores protagonistas proativos de tal busca.

Do lado corporativo, é importante enfatizar o papel dos C-Levels em estimular essa capacitação. Afinal, eles serão catalisadores estratégicos nessa tarefa, formando sucessores fortes e preparados para lidarem da melhor forma possível com as situações e imprevistos de sua área. Algo que, na prática, está diretamente relacionado ao estabelecimento de uma sólida governança composta por processos robustos e máxima transparência, o que ajuda a companhia a estar em um patamar de vanguarda no ambiente competitivo e a adotar ações que a tornem mais longeva.

Agora, por mais que haja esse incentivo por parte da empresa, o desenvolvimento das soft skills ainda é algo muito mais individual e intransferível a cada profissional. É dever deles olharem para dentro e analisarem como se percebem em situações de novos projetos, como tomam decisões, se ficam frustrados ou demais comportamentos tidos nos cenários diários no ambiente corporativo.

Com este autocuidado e proatividade no que condiz seu aprendizado contínuo (lifelong learning), além de terem um melhor desenvolvimento em suas habilidades comportamentais, terão um maior preparo frente aos concorrentes que não adotam a mesma postura. Assim, caso estejam em uma empresa que não oferece um ambiente propício para isso, conseguirão buscar por um outro local que se adeque a este perfil, escolhendo um empreendimento onde ambas as partes estejam em sintonia.

O porto seguro empregatício de qualquer profissional não deve ser seu contratante, mas si próprio. Quanto mais preparado estiver e maior for sua mentalidade quanto à necessidade de busca constante pelo autoconhecimento e aprendizado, mais à frente estará de muitos concorrentes que não seguem a mesma linha, o que, certamente, o tornará um profissional muito mais preparado para lidar com qualquer adversidade ou cenário corporativo.

 


Thiago Xavier - headhunter e sócio da Wide Executive Search, boutique de recrutamento de executivos.

Wide
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