Comer
um alimento estragado pode parecer, à primeira vista, apenas um pequeno
contratempo gastrointestinal. No entanto, os efeitos no sistema digestivo podem
ser muito mais severos, dependendo do tipo de contaminação envolvida. O
cirurgião do aparelho digestivo Dr.
Rodrigo Barbosa, explica que os problemas vão desde um simples desconforto
até infecções graves que podem colocar a saúde em risco.
Assim
que um alimento contaminado é ingerido, ele percorre o trato digestivo, onde os
microrganismos presentes podem se multiplicar rapidamente. Segundo o Dr.
Rodrigo Barbosa, algumas bactérias, como a Salmonella, Escherichia
coli e Clostridium botulinum, liberam toxinas que causam desde
náuseas e vômitos até infecções severas, que podem levar à desidratação e à
necessidade de internação hospitalar. “O organismo tenta eliminar o agente
nocivo rapidamente, o que resulta em sintomas como diarreia intensa, cólicas
abdominais e febre. Em casos mais graves, dependendo do tipo de bactéria ou
fungo ingerido, pode ocorrer até uma septicemia, que é quando a infecção se
espalha pela corrente sanguínea”, alerta o especialista.
Além
das bactérias, alguns fungos podem produzir micotoxinas, substâncias tóxicas
que podem levar a danos hepáticos e neurológicos a longo prazo. Segundo o
médico, alimentos com mofo visível, especialmente grãos e derivados, devem ser
evitados a todo custo. “As micotoxinas são resistentes ao calor e podem
permanecer nos alimentos mesmo após o cozimento, tornando o consumo altamente
perigoso”, ressalta.
Embora
sintomas leves possam ser tratados em casa com hidratação e repouso, o Dr.
Rodrigo Barbosa alerta para sinais que exigem atenção médica imediata: diarreia
com sangue, febre alta persistente, vômitos incontroláveis e sinais de
desidratação, como boca seca e tontura. “Crianças, idosos e pessoas com
imunidade baixa devem ter um cuidado redobrado, pois podem sofrer complicações
mais graves”, enfatiza o médico que ainda ensina a evitar intoxicações
alimentares sempre ao armazenar e preparar os alimentos. “Lavar bem frutas e
verduras, respeitar os prazos de validade e evitar consumir alimentos com
cheiro ou aparência alterados e sempre evitar deixar comida fora da geladeira
por longos períodos”, finaliza.
Dr Rodrigo Barbosa - Cirurgião Digestivo
sub-especializado em Cirurgia Bariátrica e Coloproctologia do corpo clínico dos
hospitais Sírio Libanês e Nove de Julho. CEO do Instituto Medicina em Foco e
coordenador do Canal ‘Medicina em Foco’ no Youtube Link
Nenhum comentário:
Postar um comentário