Por décadas, as mulheres foram excluídas de posições de
liderança no mundo corporativo. Eram escolhidas para papéis secundários,
invisibilizadas e desvalorizadas apenas por serem mulheres. Felizmente, muita
coisa mudou. Hoje, vemos mulheres ocupando cargos de alto escalão e mostrando
todo o seu potencial.
Nesse contexto, o Dia Internacional da Mulher se apresenta
como uma data carregada de significados históricos e sociais. No ambiente
corporativo, a ocasião é uma oportunidade para as empresas demonstrarem o
reconhecimento e a valorização das mulheres em suas equipes. Mas aí surge a
pergunta: será que essas ações são realmente genuínas? Ou acabam se tornando
gestos superficiais, mais preocupados com a imagem da companhia do que com uma
transformação real?
Do ponto de vista de reputação, as ações no Dia da Mulher
podem ser extremamente positivas, desde que sejam autênticas. O público, tanto
interno quanto externo, está cada vez mais atento ao chamado pinkwashing:
quando empresas utilizam datas simbólicas apenas para autopromoção, sem
implementar mudanças concretas ou políticas reais de inclusão.
Por exemplo, lançar campanhas externas exaltando a igualdade
de gênero, enquanto dentro da organização faltam práticas que promovam equidade
ou oportunidades reais para mulheres. Essa incoerência pode comprometer a credibilidade
da marca. Por outro lado, quando as iniciativas são genuínas e refletem um
compromisso contínuo com a valorização feminina, elas fortalecem a imagem da
empresa como um ambiente diverso, inclusivo e justo.
Acredito que as empresas devam, sim, realizar ações no Dia
da Mulher, mas com algumas ressalvas fundamentais. Essas iniciativas precisam
agregar valor verdadeiro às colaboradoras. Não basta um gesto simbólico, é
preciso criar espaços e oportunidades, onde as mulheres se sintam ouvidas, reconhecidas
e apoiadas.
Quando conduzidas com seriedade e propósito, as ações no Dia
da Mulher têm impacto positivo tanto para as colaboradoras quanto para a
reputação da empresa. No entanto, elas precisam fazer parte de um esforço
maior, um compromisso contínuo com a inclusão, o respeito e o desenvolvimento
humano.
O Dia da Mulher pode até soar como um clichê para alguns,
mas é uma homenagem que o planeta deve às mulheres há muito tempo. Não se trata
apenas de celebrar, mas de reconhecer o caminho percorrido e, principalmente, o
longo percurso que ainda temos pela frente.
Celebrar o Dia da Mulher é, acima de tudo, uma oportunidade
de fazer a diferença para as funcionárias, para as empresas e para a sociedade
como um todo.
Flávia Morizono - diretora de planejamento e operações da agência de eventos corporativos e live marketing, Joia - Experiências que Transformam.
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