sábado, 8 de março de 2025

MULHERES, COMO COMBATER NOSSAS CRENÇAS DISFUNCIONAIS E BANIR DE VEZ RELACIONAMENTOS TÓXICOS?

Hiperfoco Feminino nos Relacionamentos Afetivos Leva ao Adoecimento Mental 

 

Os casos de feminicídio, as notícias alarmantes sobre violência e abuso contra as mulheres, o assédio praticado no ambiente de trabalho, na rua, nas festas populares, nos reality shows da TV. 

As disputas familiares que culminam em divórcios desastrosos, os “exposed” (exposição nas redes sociais) que não poupam ninguém e abalam dignidade e autoestima. O machismo que atinge anônimas e famosas, ricas e pobres – e que ocorre no mundo todo, mas em especial no Brasil... 

Quero falar um pouquinho sobre o Mês de Março, que é considerado o Mês das Mulheres - e começo refletindo, como Psicóloga: será que temos o que comemorar? Certamente que sim. São muitas as conquistas; porém há também muito trabalho a ser feito. Homens e parceiros, também falo com vocês. 

A questão é interna, mulher. É sobre você. Sobre seu primeiro e mais importante relacionamento: consigo mesma! É sobre colocar ordem na casa. É sobre não normalizar este hiperfoco desastroso ao qual fomos treinadas: o de só colocar energia nos relacionamentos amorosos. Isso nos leva ao adoecimento, pois nos desfocamos de nossa própria existência.   

E a partir daí, pensemos:  por que será que entramos e mantemos relações tão ruins por tanto tempo? Será que merecemos tão pouco na vida…? A resposta pode estar na própria crença feminina limitante, que desenvolvemos ao longo dos anos, sem perceber. 

Atendo muitas mulheres, muitas delas bem sucedidas ou com potencial incrível, talentosas, fortes, amorosas, divertidas, inteligentes, mas que simplesmente acreditam que não podem sentir mais e viver mais - e que acabam se colocando neste “lugar” pequeno, um lugar de estagnação, de águas paradas! 

Aliás, como vimos, esta crença falsa e disfuncional (que pode vir da nossa família e sociedade, mas principalmente de nós mesmas) pode atingir as celebridades, ricas, famosas, padrões de beleza... enquanto as mais humildes também não são poupadas; ao contrário, ficam ainda mais vulneráveis e expostas. 

Já parou para entender que a única coisa que realmente nos distancia dos nossos objetivos, da vida sonhada, é a forma como a gente pensa sobre o nosso merecimento? 

Enquanto mantivermos este padrão de pensamento distorcido e focado no outro... nada mudará! Entretanto, quando a gente decide entender de onde vem esta rigidez, poderá ganhar forças para brigar até alterar este padrão e escrever a própria história.    

O problema de continuar neste velho padrão são os ciclos de dependência emocional e relacionamentos frios, desgastados, falidos e, por que não dizer: abusivos e tóxicos. 

A vida pessoal e profissional também não prospera, pois uma área contamina a outra. E a convivência com a família não fica das melhores... Ou seja: fracassamos ou sentimos que fracassamos em todas as esferas da vida. 

Mas, cá entre nós, durante o processo de descoberta pessoal (chamado de rebeldia por muitos), pode ser que ninguém goste ou entenda que você resolveu mudar. É possível até que sejamos chamadas de egoístas. 

Mesmo assim: recomendo fortemente que você pare de querer dominar o outro e domine a si própria com todas as forças. A economia energética será grande. 

Outros conselhos que poderiam ser vendidos: comece a prestar atenção na própria alimentação, faça um esporte, cuide de si mesma, compre aquela roupinha, mas não para agradar alguém... Também não se isole e preste atenção na qualidade das amizades e afetos. Você merece o melhor. Cerque-se apenas do que te faz bem. 

Já reparou como homens e meninos valorizam os momentos de descontração entre eles? Outro detalhe: eles mantêm seus hobbies, atividades, coleções e brincadeiras durante a vida adulta. Isso nos fornece uma pista!

 

Tratamento: a forma de tratar a dependência emocional é com psicoterapia, a ideia é entrar em terapia para que a pessoa possa organizar esses pensamentos e essas crenças sobre ela mesma. É um carinho com nossa saúde mental. 

As políticas públicas já estão entendendo isso e avançando, o que é muito muito bom para ajudar a reestruturar esta mulher fragilizada. 

Eu desejo que você desenvolva todo o seu potencial. Homens e parceiros, vamos juntos por um mundo mais justo e equilibrado?

 

Elisangela Niná -CRP 120921/06 - Psicóloga
@psielisangelanina


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