segunda-feira, 17 de março de 2025

Chás diuréticos e o risco de desidratação

Consumo excessivo pode causar perda de líquido e trazer riscos à saúde, especialmente em períodos de calor intenso como o que o Brasil vive atualmente. 

 

Os chás diuréticos, conhecidos por estimular a eliminação de líquidos pelo organismo, são amplamente consumidos por quem busca reduzir a retenção. No entanto, seu uso excessivo pode aumentar o risco de desidratação, especialmente em períodos de calor intenso. A Dra. Carolin Calloni, nutricionista, e docente do curso de Nutrição da FSG - Centro Universitário, esclarece os principais cuidados que devem ser adotados para um consumo seguro. 

Segundo a especialista, a desidratação nem sempre apresenta sinais evidentes, o que torna essencial a atenção a sintomas sutis, como sede aumentada, boca seca, urina escura e concentrada, redução na frequência urinária, cansaço, tontura e dor de cabeça. “Em dias quentes, o corpo já perde líquidos naturalmente através da transpiração. Quando associamos isso ao consumo excessivo de chás diuréticos, a perda de água corporal pode ser ainda maior, elevando os riscos à saúde”, explica. 

Entre os chás mais populares com efeito diurético estão o chá de cavalinha, hibisco, chá preto, chá verde, dente-de-leão e salsinha. Embora apresentem benefícios, o consumo exagerado pode levar a complicações em doenças pré-existentes e até interagir com medicamentos. “O ideal é limitar o consumo a 2 ou 3 xícaras por dia e sempre buscar orientação de um profissional de saúde, como um nutricionista, para garantir a quantidade e proporção adequadas de erva e água na infusão”, alerta a Dra. Carolin Calloni. 

Para manter o equilíbrio hídrico e evitar complicações, a especialista recomenda: 

  • Hidratação paralela: a cada xícara de chá diurético, ingerir um copo de água pura.  
  • Alimentos ricos em água: incluir na dieta frutas como melancia, laranja e melão, além de vegetais como pepino, alface e tomate. 
  • Monitoramento da urina: o ideal é que tenha coloração clara (amarelo pálido). 
  • Alternância com infusões neutras: optar por chás como camomila ou hortelã, que não aumentam a eliminação de líquidos. 
  • Ajustes na alimentação e estilo de vida: reduzir o consumo de sódio, manter a ingestão diária adequada de água (cerca de 35mL por kg de peso corporal) e praticar atividades físicas leves. 

O consumo desses chás pode não ser seguro para todos. Pessoas com pressão baixa devem ter cautela, pois a eliminação excessiva de líquidos pode reduzir ainda mais a pressão arterial, causando tontura e desmaios. Indivíduos com doenças renais ou cardíacas podem sofrer sobrecarga nos órgãos e desequilíbrios eletrolíticos. 

Ainda segundo a nutricionista, gestantes e lactantes também devem evitar o consumo, uma vez que não há evidências científicas suficientes sobre a segurança dessas bebidas durante esses períodos. Quem faz uso de diuréticos farmacológicos deve ter atenção redobrada para evitar a perda excessiva de água e eletrólitos, que pode levar a quadros de desidratação e hipocalemia (baixa concentração de potássio no sangue). 

Além disso, pessoas com gastrite ou úlceras podem ter os sintomas agravados por chás ricos em cafeína, como chá verde, chá preto e mate, que irritam a mucosa gástrica. Indivíduos propensos à formação de cálculos renais devem evitar chás como cavalinha e chá preto, pois contêm oxalatos que favorecem a formação de pedras nos rins. 

Crianças e idosos também merecem atenção especial, pois são mais suscetíveis à perda rápida de líquidos e eletrólitos, o que pode levar à desidratação em um curto período. 

Diante dessas considerações, a Dra. Carolin Calloni reforça a importância de um consumo consciente. “Embora os chás diuréticos tenham benefícios, o equilíbrio é essencial. O ideal é sempre buscar orientação profissional para garantir um uso seguro e adequado às necessidades individuais”, finaliza. 




FSG - Centro Universitário da Serra Gaúcha
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