quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Você sabia que alguns hábitos do dia a dia podem prejudicar a sua fertilidade?

Dr. Arnaldo, especialista em reprodução humana e autor do livro Ame Seus Ovários, alerta para os cuidados essenciais que fazem toda a diferença na saúde reprodutiva


Você sabia que alguns hábitos do nosso dia a dia podem acelerar o envelhecimento ovariano e impactar diretamente a fertilidade? Dormir mal, exagerar nos exercícios físicos e até aquele cafezinho são hábitos que, com o tempo, prejudicam a saúde reprodutiva. 

Segundo o Dr. Arnaldo Cambiaghi, ginecologista especialista em reprodução humana e autor do livro Ame Seus Ovários, que será lançado neste trimestre: “Os ovários têm memória. Quanto mais cedo cuidarmos deles, evitando hábitos nocivos como tabagismo, excesso de álcool e estresse elevado, maiores serão as chances de preservar a fertilidade e garantir uma saúde reprodutiva equilibrada ao longo da vida”.

Não há como negar que a saúde reprodutiva está diretamente ligada ao nosso estilo de vida. Embora o envelhecimento dos ovários seja um processo da natureza humana determinados hábitos podem antecipar a perda da função ovariana e dificultar a fertilidade. Veja abaixo os principais fatores que influenciam neste processo e podem levar à menopausa precoce: 


Tabagismo: o cigarro é um dos maiores inimigos da fertilidade. Nas mulheres, reduz as chances de gravidez em até 43%, além de antecipar a menopausa em até quatro anos. Nos homens, afeta a qualidade do sêmen e aumenta a fragmentação do DNA dos espermatozoides;


Consumo excessivo de álcool: o consumo regular de álcool pode prejudicar o equilíbrio hormonal, afetando diretamente o funcionamento dos ovários e a qualidade dos óvulos. O álcool interfere na produção de estrogênio e progesterona, hormônios essenciais para a ovulação e o ciclo menstrual saudável. Além disso, o álcool em excesso pode causar dificuldades na implantação do embrião no útero, diminuindo as chances de uma gestação saudável;


Distúrbios do sono: noites mal dormidas elevam os níveis de estresse, desregulam hormônios, levando a irregularidades menstruais e, consequentemente, à dificuldade para engravidar. Priorizar o sono é um dos melhores hábitos que se pode cultivar para preservar a fertilidade. Garantir de 7 a 8 horas de sono por noite e evitar a exposição a luzes artificiais antes de dormir são estratégias simples, mas poderosas, para manter o equilíbrio hormonal e cuidar da saúde ovariana;


Estresse elevado: o estresse crônico pode ser um fator decisivo para quem enfrenta dificuldades para engravidar. Quando o corpo está sob pressão constante, há um aumento na produção de cortisol e adrenalina, hormônios que desequilibram o sistema reprodutivo e podem inibir a ovulação. Além disso, altos níveis de estresse podem afetar a qualidade dos óvulos, a regularidade do ciclo menstrual e até a receptividade do útero, além de interferir na qualidade do sêmen;


Excesso de exercícios físicos: embora a prática regular de atividades físicas seja essencial para a saúde, o excesso de exercícios pode ter um impacto negativo na fertilidade, especialmente em mulheres. Quando o corpo é sobrecarregado por treinos intensos e sem descanso adequado, o nível de estresse aumenta e o equilíbrio hormonal pode ser comprometido, afetando a ovulação e o ciclo menstrual. Em casos extremos, o excesso de atividade física pode levar à amenorréia (falta de menstruação), um sinal claro de que o corpo não está em condições ideais para engravidar;


Hábitos alimentares inadequados: a alimentação desempenha um papel crucial quando falamos sobre saúde reprodutiva. Quando não fornecemos ao corpo os nutrientes necessários, seja por uma dieta desequilibrada, rica em alimentos processados, ou por restrição alimentar excessiva, a fertilidade pode ser negativamente afetada. Dietas pobres em nutrientes essenciais, como vitaminas, minerais e ácidos graxos saudáveis, podem comprometer o funcionamento hormonal, prejudicar a ovulação e diminuir a qualidade dos óvulos.

"Embora o café, em doses moderadas, não tenha efeitos adversos na fertilidade, o consumo excessivo de cafeína pode dificultar a movimentação dos músculos responsáveis pelo transporte do óvulo, prejudicando as chances de gravidez. A recomendação é consumir com moderação e estar atento aos alimentos e bebidas que também contêm cafeína", comenta Dr Arnaldo Cambiaghi.

 

Arnaldo Cambiaghi - ginecologista obstetra, formado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com residência em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Autor de livros direcionados a médicos e mulheres na área de reprodução humana, como "Ser ou não Ser (In)Fértil — Eis as questões e as respostas", atua com Infertilidade conjugal, Reprodução Humana, Fertilização In Vitro e Cirurgia Endoscópica. Em sua abordagem, acredita que o respeito à ética é extremamente importante para que se alcance um bom resultado em qualquer tipo de tratamento. A atenção, a conversa, a alegria de ajudar os pacientes, juntamente com o apoio da ciência e o interesse em cada caso, tornam o tratamento muito mais eficiente.

 

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