Hobbies, esportes e atividades de lazer
são diferenciais cada vez mais valorizados no mercado de trabalho, diz
coordenadora de Gestão e Gente do CIEE/PRdivulgação
Com as constantes transformações no mundo do trabalho
e no perfil dos profissionais, as empresas valorizam, cada dia mais,
habilidades que vão além da formação acadêmica e da experiência profissional. O
conceito de "mad skills", ou habilidades extraordinárias, se
tornou destaque no Brasil por ampliar o entendimento sobre as competências dos
candidatos. O termo se refere às capacidades desenvolvidas fora do ambiente
corporativo e que podem ser um diferencial valioso para quem busca uma oportunidade
de emprego. Originalmente usada em tom informal, a expressão tem ganhado espaço
nas discussões sobre competitividade no mercado de trabalho e na busca por
talentos que se destaquem.
As habilidades, ainda consideradas “não convencionais”, podem
exaltar características positivas dos profissionais em cenários diferentes. De
acordo com dados do Índice de Confiança, divulgados pela consultoria Robert
Half, em 2024, 66% dos recrutadores destacam que as “mad skills” são uma
parte fundamental da análise de um candidato. Ao mesmo tempo, 17% reforçaram
que consideram essas habilidades importantes quando estão relacionadas com o
setor ou área de atuação do candidato.
Entre talentos como a fotografia, a culinária ou o futebol, as
atividades que partem do interesse pessoal dos indivíduos refletem na atuação
no âmbito profissional. “Um gerente de projetos que cozinha por hobby, por
exemplo, pode se destacar no ambiente de trabalho por sua capacidade de
planejamento, além do controle de tarefas e do tempo. Podemos dizer que são
formas criativas de resolução de problemas. Essas habilidades não se limitam
apenas ao aspecto técnico, mas também à capacidade de se adaptar e resolver
desafios de maneira única e eficaz.”, explica Francine Simão, coordenadora de
Gente e Gestão do Centro de Integração Empresa-Escola do Paraná (CIEE/PR).
Do currículo à entrevista
De certa forma, as aptidões dos candidatos já são classificadas no
meio de carreira e desenvolvimento pessoal, o novo termo parte do interesse
pessoal do profissional, muitas vezes voltado para o lazer ou para a saúde.
Já as “hard skills” consistem em competências técnicas,
como graduações, cursos e capacitações. As “soft skills”, por outro lado, são
voltadas às habilidades comportamentais, como resiliência, boa comunicação e
inteligência emocional.
Com o movimento, a especialista afirma que, hoje, mais do que
nunca, as organizações buscam profissionais com um conjunto de habilidades
diversificado. Para ela, as “mad skills” são diferenciais que muitos já têm,
que aplicam no dia a dia, mas que não são reconhecidos e valorizados. “Quando
contratamos profissionais com habilidades ou hobbies completamente diferentes
de sua rotina, estamos valorizando uma habilidade diversificada e inovadora
para resolver desafios cotidianos”, ressalta.
As habilidades, muitas vezes não identificadas, podem ser a chave
para conquistar a tão almejada vaga de emprego. Quatro principais benefícios
dessas práticas se destacam no meio corporativo:
Inovação e Competitividade: empresas que contratam talentos com "mad
skills" frequentemente se destacam no mercado, pois esses profissionais
trazem soluções novas, ideias criativas e capacidade de enxergar oportunidades
onde outros não conseguem.
Resolução de Problemas Complexos: profissionais com essas habilidades têm maior
capacidade de enfrentar problemas únicos e desafiadores, que não podem ser
resolvidos com abordagens tradicionais.
Adaptabilidade em um Mundo em Constante Mudança: habilidades incomuns frequentemente estão
associadas a pessoas que conseguem se adaptar rapidamente, aprender novas
ferramentas e liderar mudanças em contextos incertos.
Impacto no Clima Organizacional: algumas "mad skills", especialmente
relacionadas a soft skills, podem transformar o ambiente de trabalho,
aumentando a motivação e colaboratividade da equipe.
“Profissionais que conseguem identificar suas ‘mad skills’,
reconhecer suas aplicações na rotina do trabalho e as estimular ou as otimizar
de maneira estratégica têm mais chances de se destacar em um mercado está cada
vez mais competitivo e exigente”, aponta a coordenadora.
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