A umidade provoca uma “reação”
diferente no corpo e retém calor. Entenda como esse mecanismo funciona Umidade cria uma “camada” de água sobre a pele,
dificultando a transpiração e retendo calor. C
rédito: Ketut Subiyanto / Pexels)
No verão, especialmente em regiões tropicais onde a umidade do ar é mais alta, ou está mais alta por causa do período chuvoso, é comum sentir o calor de forma ainda mais intensa. Mas você sabia que essa sensação não está apenas relacionada à temperatura, mas também à umidade do ar? O cardiologista Adriano Magajevski, do Hospital Sugisawa, em Curitiba, explica por que isso acontece e quais cuidados devemos tomar nessa época do ano.
Quando o clima está quente e úmido, nosso suor evapora mais lentamente porque a alta umidade do ar forma uma “película” de água sobre a nossa pele, impedindo que o suor ultrapasse essa barreira e evapore. Isso faz o calor ficar retido no organismo.
Já em um clima quente e seco, o suor não tem “barreiras” e evapora rapidamente, ajudando a resfriar o corpo com mais eficiência. “Por isso, a percepção de calor é muito maior em dias quentes e úmidos. Se formos pra Amazônia, por exemplo, onde o ar é mais úmido, sentiremos mais calor do que no interior de São Paulo, por exemplo, onde a temperatura nominal pode estar mais alta que na Amazônia, porém o clima é mais seco”, explica o cardiologista.
Ele
alerta que a desidratação é mais comum nessas condições, exigindo atenção
redobrada à ingestão de líquidos.
Desidratação:
uma vilã silenciosa
A falta de hidratação é uma das grandes causas de atendimento no pronto-socorro do Hospital Sugisawa durante o verão. Segundo Adriano, mais de 60% das pessoas acima de 65 anos apresentam algum grau de desidratação, o que pode contribuir para quedas de pressão e desmaios.
“É
essencial ingerir de 2 a 3 litros de água por dia, podendo chegar a 4 ou 5
litros em pessoas que praticam atividades físicas mais intensas ou que tenham
alta transpiração”, orienta. Bebidas como água, água de coco e sucos naturais
são ideais, enquanto refrigerantes, café e bebidas alcoólicas devem ser
evitados e não “contabilizam” nessa meta de hidratação.
Verão
x Inverno: o impacto no coração
O coração também sofre com os extremos de temperatura. No inverno, a vasoconstrição causada pelo frio pode aumentar o risco de infarto, enquanto o calor intenso provoca vasodilatação. Isso pode levar a problemas cardiovasculares, como tonturas e desmaios, especialmente em pessoas desidratadas.
Para
investigar os casos de síncope (desmaios), o Tilt Test é frequentemente
realizado no verão. Este exame avalia o sistema nervoso autônomo e ajuda a
identificar causas como a síndrome vasovagal. Durante o procedimento, o
paciente é posicionado em uma mesa inclinada e monitorado quanto às reações
cardiovasculares, ajudando a diagnosticar problemas de forma eficaz.
Cuidados
para enfrentar o calor
Além da hidratação adequada, o Dr. Adriano recomenda o uso de roupas leves, evitar exercícios intensos nos horários mais quentes (entre 10h e 16h) e estar atento aos sinais do corpo. “Prevenir é sempre o melhor remédio para garantir um verão saudável e seguro. E é importante ouvir os sinais que o corpo dá. Muito cansaço, tontura, dor de cabeça, podem ser sinais de que algo não vai bem. Hidrate-se, alimente-se bem e repouse. Se os sintomas persistirem, é imprescindível procurar um médico”, finaliza.
Hospital Sugisawa
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