A iniciativa tem
o intuito de chamar a atenção do Governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de
Freitas, para as filas de consultas com especialistas e para incorporação do
sistema de monitoramento contínuo de glicose
Nestes meses de janeiro e fevereiro, o Vozes do Advocacy,
que integra 27 organizações de diabetes no país, promove a Campanha Acesso à
Saúde Não Pode Esperar. A iniciativa tem o intuito de chamar a atenção do
Governador do Estado de São Paulo Tarcísio de Freitas para que receba os
integrantes da organização não governamental. A ideia é que o Governador possa
ouvir os pleitos para aprimorar o acesso ao tratamento do diabetes e da
obesidade no Estado.
Levantamento feito pelo
Vozes do Advocacy em novembro do ano passado, por meio da Lei de Acesso à
Informação, mostrou que há 14.513 pessoas esperando 278 dias para agendar
consulta com os oftalmologistas na Grande São Paulo; na região de Araçatuba
7322 indivíduos aguardam 473 dias para conseguir a consulta com o especialista,
em Campinas são mais de 18 mil pessoas esperando 227 dias. Sem falar do acesso
aos exames, 7.356 cidadãos esperam 174 dias pelo mapeamento de retina na Grande
São Paulo, 4 indivíduos aguardam 316 dias em Araçatuba, 655 indivíduos esperam
437 dias em Campinas, sem citar as outras regionais e os tratamentos.
O
Vozes do Advocacy levou estes dados à Secretaria Estadual de Saúde em três
reuniões no ano passado, mas não teve qualquer retorno. Em 2023, o Vozes
mostrou os mesmos em audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de
São Paulo e nada aconteceu. Entre 2019 e 2023, já havia estado em 12 reuniões
junto à Secretaria, que recebeu as organizações de pacientes e de médicos e não
fez qualquer movimento para solucionar esta questão.
Outra
demanda é com relação à incorporação do Sistema de Monitoramento Contínuo de
Glicose. No ano passado foi apresentado um Projeto de Lei sobre esta temática
mas não foi bem recebido pelo Governador. O Vozes do Advocacy gostaria de
apresentar um projeto piloto, que contemplasse as crianças e adolescentes do
Estado. Esta tecnologia já foi incorporada em alguns municípios paulistas, que
mostraram diminuição dos episódios de hipoglicemia (baixa de açúcar no sangue),
internações e hospitalizações.
Além
disso, é importante atualizar a linha de cuidado da obesidade. Em janeiro do
ano passado, um jovem com obesidade faleceu no chão de uma ambulância por falta
de maca para que pudesse levá-lo para o Hospital Geral de Taipas, depois de
percorrer seis hospitais sem ter atendimento.
“Como
o Secretário de Saúde do Estado de São Paulo Eleuses Paiva não fez qualquer
movimento a favor dos pleitos, solicitamos uma reunião com o Governador
Tarcísio de Freitas. Soubemos que a linha de cuidado do diabetes tem previsão
de ser atualizada somente em 2027, enquanto isso, milhares de pessoas se
tornarão improdutivas, com a deficiência visual. A não implementação de
políticas públicas, que possam melhorar a adesão das pessoas ao tratamento do
diabetes, evitando assim uma série de complicações, como a cegueira, é um retrocesso
tanto para a saúde das pessoas como também para o próprio Sistema Único de
Saúde”, esclarece Vanessa Pirolo, presidente do Vozes do Advocacy.
Para chamar a atenção do Governador, a organização lança o Acesso à Saúde Não Pode Esperar. A iniciativa tem o intuito de publicar nas redes sociais uma Campanha para provocar o Governador de São Paulo a atender os membros das organizações paulistas, integrante do Vozes do Advocacy, para dar uma resposta para as demandas. A ação também prevê sensibilizar os influenciadores digitais a respeito desta temática, para que possam compartilhar em suas redes sociais.
“Nós precisamos que o Governo do Estado de São Paulo olhe o
diabetes e a obesidade como prioridade este ano. Afinal, o gasto com saúde relacionado ao diabetes
no Brasil atingiu 42,9 bilhões de dólares em 2021, o terceiro maior do mundo.
Mais de 60% deste valor é investido em complicações da condição. Precisamos que
os gestores compreendam que: a capacitação de clínicos gerais/médicos de
família em diabetes e obesidade, a maior contratação de especialistas nas redes
paulistas e a oferta de mais infraestrutura e de uma linha de cuidado
atualizada nas unidades de saúde vão resultar em menor custo quando comparado
ao investimento em internações, hospitalizações e tratamento de complicações do
diabetes e da obesidade”, complementa Vanessa Pirolo.
Sobre
o Vozes do Advocacy
Com a participação de 25
associações e de 2 institutos de diabetes, o Vozes do Advocacy é uma Federação
de Organizações que promove o diálogo entre os diferentes atores da sociedade,
para que compartilhem conhecimento e experiências, com o intuito de sensibilizar
a população brasileira sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoces
do diabetes da obesidade e das complicações de ambas as condições, além de
promover políticas públicas, que auxiliem o tratamento adequado delas.
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