terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Nova Onda de Calor Ultrapassa 50ºC e Ameaça a Saúde Respiratória

Altas temperaturas e baixa umidade podem ser um gatilho para crises respiratórias e doenças agravadas pelo tempo seco


Uma nova onda de calor extrema está prestes a atingir o Brasil, com temperaturas ultrapassando os 40ºC e sensações térmicas que podem superar os 50ºC. O calor intenso impactará principalmente as regiões Sul e Sudeste. Escolas no Rio Grande do Sul já estão adiando o retorno às aulas devido às condições climáticas extremas. 

Nesta terça-feira, o Rio Grande do Sul pode registrar picos de até 43ºC, enquanto Paraná e Santa Catarina também enfrentarão temperaturas escaldantes. No Sudeste, o calor intenso se intensifica a partir de amanhã, com São Paulo variando entre 33ºC e 35ºC e o Rio de Janeiro podendo ultrapassar os 40ºC. Além do calor sufocante, a previsão aponta para chuvas fortes e vendavais, com riscos de granizo e temporais mais intensos em Minas Gerais e São Paulo. 

Diante desse cenário de calor extremo e umidade relativa do ar em queda, especialistas alertam para os riscos à saúde respiratória. Segundo as otorrinolaringologistas Dra. Roberta Pilla e Dra. Maura Neves, ambas da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), o tempo seco e quente favorece crises de rinite, sinusite, asma, infecções respiratórias e até mesmo sangramentos nasais. 

"As mudanças bruscas de temperatura impactam diretamente a mucosa respiratória, comprometendo sua capacidade de defesa e facilitando a entrada de agentes irritantes e infecciosos", explica a Dra. Maura Neves.

"O tempo seco associado ao calor excessivo resseca as vias aéreas, o que pode agravar sintomas alérgicos e desencadear crises de rinite, sinusite e até infecções respiratórias", alerta a Dra. Roberta Pilla.


Como se proteger da onda de calor e do tempo seco? 

A exposição prolongada a altas temperaturas e baixa umidade pode comprometer a mucosa respiratória, reduzindo a capacidade de defesa do organismo e aumentando a incidência de doenças respiratórias. Para minimizar os impactos, as especialistas recomendam medidas simples, mas eficazes: 

-Hidratação constante: beba muita água e evite bebidas alcoólicas ou com cafeína, que podem desidratar;

-Evite o sol nos horários mais quentes: limite atividades ao ar livre entre 10h e 16h;

-Ambientes frescos e arejados: mantenha os espaços bem ventilados e, se possível, use umidificadores de ar;

-Soro fisiológico é seu aliado: lave as vias respiratórias com solução salina para evitar o ressecamento e a irritação nasal;

-Cuidado com o ar-condicionado: faça a limpeza regular dos filtros para evitar a proliferação de ácaros e fungos;

-Alimentação equilibrada: dê preferência a frutas e alimentos ricos em água para manter o organismo hidratado;

-Receitas caseiras para umidificar o ar: utilize bacias com água nos cômodos (fora do alcance de crianças) para aumentar a umidade.

Com previsões climáticas cada vez mais extremas, a prevenção se torna essencial para minimizar os impactos à saúde. Pequenas mudanças na rotina podem fazer grande diferença para evitar complicações respiratórias e garantir bem-estar em meio às altas temperaturas.

"Controlar a temperatura dos ambientes e garantir umidade adequada são passos fundamentais para proteger a saúde respiratória em tempos de calor extremo", finaliza a Dra. Maura Neves.

"Ao adotar hábitos simples, como hidratação e limpeza nasal frequente, é possível amenizar os efeitos negativos do clima seco e manter a qualidade de vida", completa a Dra. Roberta Pilla.



Dra. Maura Neves – Otorrinolaringologista. Formação: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital das Clinicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Fellowship em Cirurgia Endoscópica Nasal no Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Título de especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial - ABORL-CCF. Doutorado pelo Departamento de Otorrinolaringologia do Hospital das Clinicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP



Dra. Roberta Pilla - Otorrinolaringologia Geral Adulto e Infantil. Laringologia e Voz. Distúrbios da Deglutição; Via Aérea Pediátrica. Médica Graduada pela PUCRS- Porto Alegre/ Rio Grande do Sul (2003). Pesquisa Laboratorial em Cirurgia Cardíaca na Universidade da Pensilvania – Philadelphia/USA (2004). Título de Especialista em Otorrinolaringologia pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (2009). Mestrado em Cirurgia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS- Porto Alegre/RS) (2012-2016). Membro da Diretoria da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial (ABORLCCF) (2016).


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