terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Lexa e a Tragédia da Síndrome HELLP: O Que Toda Gestante Precisa Saber

A Síndrome HELLP é uma complicação grave da pré-eclâmpsia, podendo colocar em risco tanto a vida da mãe quanto a do bebê. O acompanhamento pré-natal rigoroso pode fazer a diferença


A recente e triste notícia do falecimento da filha da cantora Lexa devido à Síndrome HELLP e pré-eclâmpsia trouxe à tona a gravidade dessas condições obstétricas. A Síndrome HELLP é uma complicação severa da pré-eclâmpsia, podendo levar a riscos maternos e fetais significativos.

A Dra. Paula Beatriz Fettback Ginecologista e Obstetra Especialista em Reprodução Humana explica: "A Síndrome HELLP é uma complicação grave associada à evolução de um quadro severo de hipertensão durante a gravidez (pré-eclâmpsia). Trata-se de um dos quadros de maior morbimortalidade materno-fetal, caracterizado por destruição de células sanguíneas (hemólise), comprometimento do fígado com consequente elevação das enzimas hepáticas e baixa contagem de plaquetas, estas responsáveis pelo processo de coagulação do sangue."

Embora qualquer gestante possa desenvolver a Síndrome HELLP, alguns fatores aumentam a propensão para a doença. A enfermeira obstetra Cinthia Calsinski explica: "Sim, alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolver a Síndrome HELLP, como histórico de pré-eclâmpsia ou hipertensão gestacional, idade materna acima de 35 anos, gestação gemelar, obesidade, diabetes, doenças autoimunes ou trombofilias."

Infelizmente, não há uma forma garantida de prevenir a Síndrome HELLP. No entanto, algumas estratégias podem reduzir os riscos. A Dra. Paula Beatriz Fettback destaca: "Ainda não existem meios de se prevenir e identificar efetivamente quais mulheres poderão evoluir com a Síndrome HELLP durante a gestação. Desta forma, uma assistência pré-natal rigorosa e consultas mais frequentes podem ser uma boa alternativa em mulheres com fatores de risco. Acompanhamento rigoroso e especializado através de ultrassom obstétrico com doppler e uso profilático de aspirina em baixas doses são medidas que podem ser adotadas."

Cinthia Calsinski complementa: "Não há uma forma garantida de prevenção, mas algumas medidas podem reduzir o risco, como acompanhamento pré-natal rigoroso, controle adequado da pressão arterial, alimentação equilibrada e hábitos saudáveis."

A ginecologista especialista em reprodução assistida, Dra. Karina Tafner, esclarece: "A Síndrome HELLP é uma complicação grave e rara da pré-eclâmpsia, que pode ocorrer durante a gravidez ou no período pós-parto. Ela é considerada uma importante causa de morbimortalidade perinatal, seja diretamente, via restrição do crescimento intrauterino, ou indiretamente, por meio de associação com o descolamento de placenta e necessidade de parto pré-termo."

Ela ainda alerta: "A taxa de prematuridade é de aproximadamente 70%, o que leva a complicações neonatais como baixo peso ao nascer, síndrome do desconforto respiratório, pneumonia, displasia bronco-pulmonar, hemorragia intracraniana e enterocolite necrotizante. A sobrevida varia principalmente de acordo com o grau de prematuridade durante o parto, além da intervenção precoce materno-fetal durante a abertura do quadro."

A Síndrome HELLP é uma complicação rara, mas extremamente grave da gravidez, exigindo diagnóstico rápido e intervenção adequada. A atenção médica especializada e um pré-natal bem acompanhado são fundamentais para garantir a segurança da mãe e do bebê.




Dra. Paula Fettback - CRM 117477 SP - CRM 33084 PR - Possui graduação em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina - UEL (2004). Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP- 2007). Atua em Ginecologia e Obstetrícia com ênfase em Reprodução Humana. Estágio em Reprodução Humana na Universidade de Michigan - USA. Médica colaboradora do Centro de Reprodução Humana Mário Covas do HC-FMUSP (2016). Doutora em Ciências Médicas pela Disciplina de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM - 2016). Médica da Clínica MAE São Paulo – SP. Título de Especialista em Reprodução Assistida Certificada pela Febrasgo (2020).


Dra Karina Tafner - CRM:118066 - @drakarinatafner - Especialista em Gineoclogia e Obstetrícia pela Santa Casa de São Paulo. Especialização em Ginecologia Endocrinologica e Reprodução Assistida pela Santa Casa de São Paulo. Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Febrasgo. Título de Especialista em Reprodução Assistida pela Febrasgo. Livre docente da Pós graduação de reprodução assistida da Sociedade paulista de medicina reprodutiva e da Santa Casa de SP. Sócia Fundadora da Clínica FIVSP. Há 15 anos atuando na área de ginecologia e reprodução assistida.

Cinthia Calsinski Enfermeira Obstetra - Enfermeira Graduada pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp. Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp. Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp. Enfermeira Obstetra pelo Centro Universitário São Camilo. Consultora do Sono Materno-Infantil formada pelo International Maternity e Parenting Institute (IMPI). Consultora Internacional de Lactação – IBCLC. Educadora Parental.



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